Pelos vistos, a não ser alguns turistas, os guias que ali os levam, e meia dúzia de cidadãos de forma assumida, mais ninguém questiona se a carreira de tiro do Monte Brasil é ou não compatível com uma zona lazer.A reacção da esfera oficial é que não há queixas e como não há queixas não há razão para intervir. Tal reacção é, aliás, bem típica de uma classe dirigente reactiva. Reagir é sempre mais fácil do que pró-agir. Quando muito, corrige-se o rumo. As coisas vão acontecendo e quando dão asneira, reage-se, tapa-se o buraco, emendando-se a mão, pinta-se o cenário de uma nova cor e, se a velocidade for grande, até quase não se dá pelos danos. Tudo fica contente e vamos em frente que se faz tarde.Pró-agir é agir em defesa da acção em si mesma, não porque haja queixas, manifestações de rua, simples rumores, ou desabamentos. É medir por antecipação as consequências de uma acção, reorientando-a sem provocar danos. E isso não só não é fácil, como dá muito trabalho. É a diferença entre gerir ao dia e ter um planeamento de gestão. Gerir ao dia é manter processos e procedimentos que todos sabem não serem os melhores, mas porque não há queixas, eternizam-se até serem forçados à mudança pela inevitabilidade do tempo ou das circunstâncias.Pro-reagir é estar atento e avançado em relação ao tempo, promovendo, por antecipação, as medidas mais adequadas a cada momento. Sem sofrimento. Simplesmente sabendo interpretar os sinais. Talvez seja esta a razão porque as mercearias nunca venderão carros de fórmula um.A nós pouco nos incomoda que andem e continuem a andar aos tirinhos no Monte Brasil. Quando isso acontece, damos uma volta de 180 graus e mudamos de rumo. O turista é que pode não gostar e há-de encarregar-se de fazer a publicidade mais eficaz, no torna-viagem, junto do seu ciclo de amigos.
Diario Insular 17 de Maio de 2007
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