sábado, 26 de maio de 2007

Energia como factor de competividade

Energia como factor de competitividade

O secretário regional da Economia alertou, ontem, para a importância da energia como “factor de competitividade das diversas actividades económicas”, sublinhando a necessidade de introdução, no sector energético, de “novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos”.
O secretário regional da Economia alertou, ontem, para a importância da energia como “factor de competitividade das diversas actividades económicas”, sublinhando a necessidade de introdução, no sector energético, de “novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos”.Na sessão de abertura, em Ponta Delgada, do seminário “Microgeração e Eficiência Energética”, Duarte Ponte advertiu, também, para “os impactos cada vez mais patentes no meio ambiente que resultam da intensificação da utilização, ao longo dos últimos dois séculos, da energia, tal como com outros recursos, nomeadamente a água”.“A energia passou a ser, do ponto de vista das políticas públicas, além de um recurso indispensável ao desenvolvimento socio-económico, um forte factor de pressão ambiental com impacte na qualidade de vida das actuais e das gerações vindouras”, considerou, realçando o “desafio da sustentabilidade aliado ao da competitividade e segurança do aprovisionamento.”Segundo sublinhou, “a relação da energia com o desenvolvimento sustentável implica alteração do paradigma energético – novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos.”Esse novo paradigma exige “a maximização dos recursos endógenos, uma acomodação de novas tecnologias de produção descentralizada e diversificação das fontes energéticas, nomeadamente de origem renovável”, alertou o governante, para quem se impõe, igualmente, “uma eco-eficiência e alteração do perfil de comportamentos dos cidadãos e decisores, onde a evolução tecnológica e a cooperação internacional serão determinantes na procura de soluções para o nosso futuro colectivo e para a concretização das metas que nos propomos atingir.”Duarte Ponte sublinhou que “os Açores, em consonância com a estratégia nacional para a energia e da política energética para a Europa, têm desenvolvido uma série de programas, medidas e acções que muito honram a Região e que têm contribuído claramente para o desígnio europeu”, esta área.“No quadro da política energética para a Região, onde sobressaem objectivos fundamentais como a segurança do abastecimento, a competitividade da economia e o respeito pelo ambiente, torna-se necessário diversificar as fontes energéticas, privilegiar as energias renováveis, promover a utilização racional e mais eficiente da energia, bem como criar condições de solidariedade tarifária e qualidade dos serviços energéticos a todos os consumidores”, considerou.O secretário da Economia referiu-se, ainda, ao abaixamento do tarifário eléctrico na Região, indicando que “há 10 anos, os açorianos pagavam 39 por mais caro essa energia que os seus compatriotas continentais” e que “com o processo de convergência tarifária iniciado em 1998, os Açores conseguiram ter, hoje, uma igualdade tarifária com o todo nacional”.Tratou-se de “uma importante conquista para a nossa economia”, afirmou, ao admitir que Açores têm outros importantes desafios a enfrentar com vista “à redução da dependência energética dos produtos petrolíferos e à maximização da utilização recursos endógenos” regionais, a par adopção de “medidas de utilização mais eficiente da energia”.Com a “criação do ProEnergia, Sistema de Incentivos à Eficiência Energética que pretende alargar a produção descentralizada de energia e diversificação das fontes com origem renovável a todos os açorianos, as pequenas e médias empresas (PME’s) e o sector residencial doméstico poderão usufruir dos apoios financeiros do Governo Regional, contribuindo, também, para o somatório da produção de energia renovável na Região”, afirmou, revelando que, até agora, foram aprovados 52 projectos.“Neste sistema de incentivos, são abrangidos os investimentos na exploração de recursos energéticos renováveis, como sejam hídricos, eólicos, biomassa, biogás, biocombustíveis, solares térmicos, solares fotovoltaicos, para a micro-produção de electricidade destinada ao auto-consumo e micro – cogeração de electricidade e calor para utilização em edifícios, nomeadamente para a produção de água quente sanitária, em substituição do gás butano”, explicou, precisando que o incentivo a conceder reveste a forma de subsídio não reembolsável, correspondendo a 25 por cento das despesas elegíveis, com um limite máximo de 250 mil, para as PME’s, e de mil por fogo, para o residencial doméstico.“Para os casos em que os investimentos se realizem em zonas sem acesso à rede eléctrica regional, onde se enquadram as fajãs, por exemplo, o incentivo é de 50 por a fundo perdido”, acrescentou.O seminário “ Microgeração e Eficiência Energética” integra-se nas celebrações do “Mês da Energia”, sendo promovido pelo Governo Regional com a colaboração da Agência Regional da Energia e Ambiente dos Açores (ARENA) para contribuir, incentivar e promover melhores formas de produção e utilização da nossa energia.A realização deste evento é a manifestação mais evidente que os Açores estão “em sintonia com as grandes questões que se colocam ao sector energético mundial e nacional de redução da dependência dos produtos petrolíferos e das emissões de dióxido de carbono, de aumento da eficiência dos sistemas de energia e da prestação de um serviço cada vez de maior qualidade a todos os cidadãos”, considerou Duarte Ponte.
Jornal "A União" 26/05/2007

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