quinta-feira, 21 de junho de 2007

Açores: Inaugurado Centro de Estudos na casa de Vitorino Nemésio

Praia da Vitória, 20 Jun (Lusa) - O professor universitário jubilado, Machado Pires, investigador da obra de Vitorino Nemésio, disse hoje que "se deve orientar bem os alunos para uma correcta interpretação da obra daquele escritor açoriano."
"Vitorino Nemésio é um escritor difícil e, talvez por isso, nem sempre lembrado ou devidamente estudado e divulgado, o que penaliza um verdadeiro vulto da escrita portuguesa", considerou Machado Pires.
O investigador que falava à agência Lusa no início das cerimónias de inauguração do Centro de Estudos e Museológico, localizado na casa onde nasceu Vitorino Nemésio, acrescentou que "este é um local onde se chega para estudar a sua obra."
Machado Pires sustentou que "para os que, por uma ou outra razão, estudam a obra de Vitorino Nemésio passa a ser importante uma visita a este local não só para perceber a sua infância e juventude que se desenrolou na então vila, hoje cidade, Praia da Vitória."
A anteceder a inauguração do Centro de Estudos e Museológico foi apresentado o livro "O Menino Escreve", uma adaptação da tese de mestrado da açoriana Carla Silva Cook, que conta a infância e adolescência de Vitorino Nemésio.
Carla Silva Cook afirmou que a obra "tem uma linguagem acessível que procura explicar a realidade e os sentimentos que se encontram no meio da ficção do escritor."
"Os textos de Nemésio não se esgotam unicamente nas páginas de cada livro mas são uma realidade mais vasta, talvez mesmo universalista", disse Carla Silva Cook.
No novo Centro de Estudos e Museológico é possível observar objectos pessoais oferecidos por familiares e amigos, e estudar a obra do escritor açoriano em seis pontos multimédia".
A série televisiva "Se bem me lembro", apresentada por Nemésio na RTP fica também disponível para ser vista num ecrã de maiores dimensões.
Dos objectos pessoais, destacam-se o a cadeira de comer à mesa que é simultaneamente carrinho de passeio, o violão, os livros das suas obras e muita da sua correspondência privada.
Orçada em 50 mil euros, a nova infra-estrutura vai fazer parte do futuro roteiro turístico nemesiano a incrementar pela autarquia da Praia da Vitória.
Vitorino Nemésio nasceu em 1901 na Praia da Vitória (Terceira) e faleceu em Lisboa em 1978, tendo escrito duas dezenas de obras, a primeira das quais "Canto Matinal", o seu primeiro livro de poesia (1916) e o seu romance mais conhecido "Mau Tempo no Canal" (1944).
Poeta, ficcionista, crítico, biógrafo e investigador literário, Vitorino Nemésio é autor de uma obra equiparável a "um arquipélago" segundo David Mourão-Ferreira.
JAS.
Lusa/Fim 2007/06/20

domingo, 17 de junho de 2007

GOVERNO REGIONAL PROPÕE - Tarifas promocionais entre Açores e Continente

O Governo açoriano anunciou ontem a intenção de introduzir tarifas promocionais, a preços mais acessíveis, nas ligações aéreas entre o Continente e os Açores.
Respondendo às críticas da bancada do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores, em relação aos elevados custos das passagens praticadas pela SATA e pela TAP, o secretário regional da Economia anunciou que vai apresentar ao Governo da República uma proposta concreta nesse sentido.“Vamos propor ao Governo da República uma percentagem dos lugares oferecidos em todas a rotas, no sentido de dar condições para a criação de tarifas promocionais, mas com restrições”, explicou Duarte Ponte.O secretário regional da Economia entende, no entanto, que não é possível avançar ainda para a liberalização controlada das rotas, como propõe o PSD, devido à necessidade de assegurar tarifas idênticas para todos os açorianos e capacidade de transporte de carga.Jorge Macedo, deputado social-democrata, lamenta que o Governo não avance nesse sentido, porque dessa forma poderia reduzir substancialmente o custo das tarifas aéreas.“Existem condições reais para reduzir 25 por cento o preço das passagens aéreas de e para os Açores já a partir de Janeiro de 2008”, garantiu Jorge Macedo, que acusa o Governo Regional de incentivar o proteccionismo dos monopólios da TAP e da SATA, em vez de promover a concorrência.O partido popular também concorda com a aplicação de um modelo de liberalização das rotas, mas o deputado Artur Lima aconselha cautela no tratamento desta matéria, para evitar discriminações entre açorianos.“Devemos avançar no sentido da liberalização, mas com muita ponderação”, alertou o parlamentar do CDS/PP, recordando que os Açores “não são só duas ilhas, mas sim nove” e que “todos os açorianos têm o mesmo direito de aceder em condições de igualdade ao exterior”.A companhia aérea nacional TAP e a companhia regional SATA, asseguram as ligações aéreas entre o Continente e os Açores em regime de code-share, situação que, segundo o PSD, não permite uma desejada concorrência de preços.
A União, 2007/06/17

sábado, 16 de junho de 2007

Alfenim, o sabor árabe no ritual cristão…

No Século VIII, os Árabes invadem e ocupam a Península Ibérica e terá sido nessa altura que introduziram esta gulodice, confeccionada com açúcar ou melaço de cana, designada por “al-fenid” ou “al-fanid” significando a palavra árabe branco ou alvo e derivando em “alfenim” na língua portuguesa e que era um doce muito popular no sul de Portugal.A guloseima “al-fenid” ou “alfenim” vai influenciar a confecção de doçaria na região do Algarve e, também, em Portugal.Em 1404, no tempo de D. João I, inicia-se o cultivo da cana do açúcar no Algarve devido à grande procura do açúcar.Em 1425, o Infante D. Henrique manda introduzir a cana do açúcar na ilha da Madeira. Assim, aumenta a produção de açúcar a nível nacional e permite a variedade e a qualidade da doçaria em Portugal.Em 1465, algumas famílias do Algarve vem povoar a parte oeste da ilha Terceira, ou ilha de Jesus Cristo e, possivelmente, poderão ter introduzido esta arte de confeccionar o açúcar e transformá-lo em “alfenim”. Por exemplo, essa influência mourisca está patente na Ribeira do Mouro na freguesia das Cinco Ribeiras.No século XVI, o Alfenim aparece citado em obras de Gil Vicente e de Jorge Ferreira de Vasconcelos por ser uma gulodice popular em Portugal.Com o descobrimento e colonização do Brasil é introduzida a cana do açúcar onde também, se passa a fabricar o “Alfenim” ou “Alfeninho”.Em 1516 foi enviado ao Papa Leão X a escultura do Sacro Colégio, com todos os cardeais em tamanho natural feitos em alfenim que foi oferta do Terceiro Capitão Donatário do Funchal, D. Simão Gonçalves da Câmara. O culto do Espírito Santo tem um grande incremento a partir do século XII-XIII aquando do “Milagre das Rosas” da Rainha Santa Isabel e a Coroação dos Pobres na Vila de Alenquer iniciando-se a Devoção ao Divino do Espírito Santo - Terceira Pessoa da Santíssima Trindade simbolizado pela Pomba Branca.Mais tarde, o “alfenim” ou “al-fenid” devido á sua brancura, que é subentendida como pureza e purificação, foi assimilado e introduzido no culto religioso cristão. Desde então, o doce “alfenim” foi transformado em peças de arte gastronómicas tais como a Pomba Branca representando o Espírito Santo, e todos os outros símbolos utilizados no ritual de celebração da Festa do Espírito Santo ou dos Santos Padroeiros como a coroa, a rosquilha de pão, os animais e outros motivos decorativos que eram doados à Irmandade do Espírito Santo ou outras e, mais tarde, leiloados revertendo a venda para a organização da festa. No caso de graça obtida, a pessoa encomenda à doceira que confeccione uma peça com a simbologia ou outras formas, em “alfenim”, indicando o peso da peça que pretende, a parte do corpo que beneficiou de uma graça do Divino Espírito Santo: um braço, uma perna, um pé, etc..O “alfenim” surge assim, associado às Festas do Espírito Santo e dos Santos Padroeiros, ofertado em retribuição das graças obtidas
J. H. Pires Borges

terça-feira, 12 de junho de 2007

Diasim Dianão


SEXTA-FERlA 1 uuuuu..u uuuuuJu.
Desta vez, estes Açores onde
regressei há diastêm a moldura
da ilha Terceira.Eda jóia da
coroa do arquipélago que é
Angra do Heroísmo, uma das
mais impressivas cidades do
País. Oseu desenho de cunho
senhorial remonta ao século
XVI, é "património histórico
mundial",mas maisinteressante
é relembrar que ganhou o
n.ome graças ao heroísmo do
seu povo ~as lutas liberais. E
nem de propósito, eis-me de
visita ao Forte de S.João Baptista'-
a maior soma de muralhas
da Europa - debruando o Monte
Brasil, que se eleva, magnífico,
face à cidade. A convite do
seu comandante e na companhia
do professor Miguel Monjardino,
terceirense de berço - e
cronista e comentador televisivo
-, conheço esta imensa fortaleza,
construídaem1583 pelas
tropas de Filipe II de Espanha, I
de Portugal. Palco de muitas
lutas, cercos ebravuras, desven- I
damos-lhe os segredos durante
uma aprazível manhã: a Porta
de Armas, o Palácio do Governador,
os torreões, as poternas,
as prisões, a cisterna, a singularíssima
e tão alta Igreja do Castelo,
erguida já após a expulsão
dos espanhóis; o local onde
viveu Gungunhana, os aposentos
que acolheram o exílio de D.
Afonso VI, e até... a messe dos
oficiais, onde convivialmente se
almoça depois. Diante do arroz
à valenciana, fiquei a saber que
este aquartelamento de tropas
operacionais "é o mais antigo de
Portugal, com uma permanência
ininterrupta durante 500
anos"! Saí de lá a pensar que é
certamente por isso - por estar
em tão boas mãos como costumam
ser as disciplinadas e exigentes
mãos militares - que o
forte se encontra neste estado
de apuro e cuidado. E, já agora,
que nunca me arrependerei de
ter, como tenho, o motor da
curiosidade ininterruptamente
ligado...
SÁBADO2- u...uuu.uuu.uu..I...uu..u
E por falar em MiguelMonjardino,
descobri aqui em Angra a sua
"República das Letras", algo que
julgo único no País e por isso
segue notícia.Éum projectode
"educação liberal" (liberal educatian,
em Inglaterra) assente em
simples mas substanciais objectivos:
ler algumas obras para
compreender a origem da civilização
europeia; estudar e discutir
as principais questões políticas
emorais que acompanham a
natureza humana ao longo da
História; ajudar a educar os alunos
para a importância da liberdade;
dar aos alunos os meios
intelectuais que lhes permitam
uma vida boa. Neste programa
de tutorias que conta algumas
dezenas de alunos, com os quais
mantive, aliás,vivo diálogo,"não
há aulas nem explicações", há .
melhor: lêem-se livros, que
depois "se discutem": "Interessa-
me saber o que pensam os
tutorandos sobre questões que
envolvem dilemas políticos e
morais, interessa-me que aprendam
a analisar uma questão
sobre vários ângulos e sobretu-
.do que tenham uma opinião e
que ela seja clara na sua argumentação
verbal'e escrita", explica-
meo MigueL Ee u acrescento:
além de notícia, eis o que merece
sobretudo aplauso.
Jornalista Maria João Avillez

Açores não podem evitar protagonismo na defesa das ultraperiferias

Para Vasco Cordeiro, “a União Europeia não pode perder mais tempo em dotar-se de uma política marítima integrada, coerente, eficaz e dotada dos recursos financeiros necessários para que possa ser posta em prática”.
O secretário Regional da Presidência garantiu, no Funchal, que os Açores vão continuar a participar activamente na elaboração das propostas relativas à futura Política Marítima Europeia, cujo processo de consulta pública termina no final deste mês.“É na questão da Política Marítima Europeia que as regiões ultraperiféricas podem escapar ao seu destino de ultraperiféricas e afirmarem-se, no seio do debate europeu, como intervenientes e protagonistas de primeira grandeza”, defendeu Vasco Cordeiro, numa audição pública sobre o Livro Verde da Política Marítima Europeia, organizado pelo eurodeputado Emanuel Jardim Fernandes.O governante sublinhou que o executivo açoriano sempre “encarou esta temática e este debate como uma prioridade, tendo assumido, desde a primeira hora, que os Açores participariam de forma activa e empenhada numa discussão que lhes diz particularmente respeito”. Para o secretário regional da Presidência, “a União Europeia não pode perder mais tempo em dotar-se de uma política marítima integrada, coerente, eficaz e dotada dos recursos financeiros necessários para que possa ser posta em prática”.Valorizando o lançamento do debate sobre estas questões, Vasco Cordeiro apontou alguns dos pontos que mereceram uma avaliação crítica por parte do Governo Regional, nomeadamente, o facto da proposta da Comissão “não conceder devido destaque à dimensão insular e atlântica que deve, necessariamente, ter”, levando, por exemplo, a que “as questões relativas aos transportes ou à problemática dos riscos das costeiras não tenham, na sua maioria, aplicabilidade prática nas regiões insulares”.A opinião dos Açores é de que importa “considerar o Ambiente como um elemento que deve ser salvaguardado e considerado como um factor de desenvolvimento”, referiu.Vasco Cordeiro disse, também, que “o Governo dos Açores lamenta que a parte relativa à Política Comum de Pescas seja tratada de forma tão esparsa e superficial”, alegando que “esta é uma matéria onde a definição de uma Política Marítima Europeia poderia trazer importantes mais-valias e corrigir a incapacidade da União de ter uma política sectorial que assuma a exploração sustentável dos recursos como um dos seus objectivos principais”.Referindo-se às propostas do Governo Regional nas diversas áreas sectoriais, considerou que não podem ser ignorados “dois princípios que entendemos serem essenciais, verdadeiros alicerces, na definição e execução da futura Política Marítima Europeia: o princípio da subsidiariedade e o princípio da proporcionalidade, já que existem regiões e Estados que conseguem cumprir, e cumprir melhor do que a União, os objectivos que ela diz defender”.
JornalDiario
2007-06-12 11:00:09

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A tomada do Forte

por: Henrique Dédalo
O Forte de Santa Catarina, agora encravado no seio do Parque Industrial, pode vir a constituir uma atracção turística. O Núcleo da Terceira dos Antigos Combatentes promete fazer por isso.
Já no Verão que se aproxima o Forte de Santa Catarina, que esteve encerrado ao público e que apesar disso é o mais bem conservado dos 49 fortes ou dos que deles restam existentes na ilha Terceira, vai abrir ao público e é vontade do Núcleo da Ilha Terceira dos Antigos Combatentes que venha a constituir um espaço de grande atracção para o turismo e para os locais.Desde logo, e após a tomada daquele espaço pela Liga dos Combatentes que se iniciaram diversos projectos com a finalidade de mostrar mais aos turistas do que o edifício histórico por si mesmo, que se encontra localizado um pouco fora de mão mas porque no seu seio se vive história entre paredes e a partir das pequenas ameias, isso pareceu sempre não bastar já que o número de visitantes, quer locais quer turistas sempre foi de pequena monta, poderá dizer-se mesmo que a revelar pouco ou quase nenhum interesse.Genuíno Gomes é o presidente do Núcleo da Terceira da Liga dos Combatentes e disse ao DI que o local será nas próximas semanas transformado num centro de informação sobre a história militar da ilha Terceira, quer seja nos aspectos que a esta dizem respeito de forma mais directa, quer ao vasto álbum de recordações que os antigos combatentes terceirenses trouxeram de todas as partes do mundo por onde passaram, ou seja, uma memória documental escrita e fotográfica.O primeiro foi dado, quando cerca de duas dezenas de antigos combatentes e voluntários de mais tenras idades se lançaram à obra de pintarem as pareces daquele monumento que se encontrava praticamente abandonado e cercado de lixo por todos os lados, já que vinha servindo mais para local de entretenimento nocturno do que para os fins que eram e são pretendidos para um monumento com vasta história no concelho da Praia da Vitória.Também se tornava pouco atractivo para qualquer tipo de turismo em virtude de não ter qualquer infra-estrutura de apoio, como por exemplo casas de banho que, embora móveis, já as vai ter a funcionar este ano, até que sejam consumadas obras de fundo no seu interior.
Diário Insular 2007/06/10

sexta-feira, 8 de junho de 2007

HISTÓRIAS DO CACETE

O nosso colega Prof. Jorge Silveira realiza o lançamento do seu livro "Histórias do Cacete" pelas 21h00, no Terceira Mar Hotel, hoje, 8 de Junho de 2007.
A apresentação do livro será efectuada pelo Dr. José Contente. O livro "Histórias do Cacete" foi editado pela Blu Edições.
Vai ser uma noite importante para este colega guia Jorge Silveira partilhar com todos os seus profundos conhecimentos.

Apresentação Vulcão da Serra de Santa Bárbara

O IAC-Instituto Açoriano de Cultura e Os Montanheiros apresentam, no próximo sábado, dia 9 de Junho, pelas 17h00, na Gruta do Natal, o livro «Vulcão de Santa Bárbara», de Paulo Henrique Silva.
A obra, um livro que em 132 páginas que reúne mais de 106 fotografias do Vulcão de Santa Bárbara, da autoria de Paulo Henrique Silva, apresenta ainda um texto de Victor Hugo Forjaz, com um apontamento geológico sobre aquele vulcão, e um texto de Paulo Barcelos, que disserta sobre a fauna e flora do que é conhecido como a caldeira de Santa Bárbara. "A obra concretiza-se no quadro de uma estreita parceria entre o IAC-Instituto Açoriano de Cultura e Os Montanheiros, com financiamento da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, sendo o resultado um livro de referência que preenche requisitos de qualidade que permitem enaltecer um espaço tão rico que está bem perto de nós, mas que, no entanto, quase passa despercebido", são algumas das palavras de Jorge Paulus Bruno, presidente da direcção do IAC-Instituto Açoriano de Cultura.Segundo o autor das fotografias, Paulo Henrique Silva, "esta obra proporciona uma discussão à volta da utilidade de um dos espaços naturais mais ricos do país. Temos no nosso quintal um terreno riquíssimo, com espécies de flora e fauna únicas no mundo, que vem valorizar ainda mais a beleza física da Caldeira, que é imensa."
A União 08/06/2007

sexta-feira, 1 de junho de 2007

VOOS TODO O ANO - PSD quer ligações aéreas entre Lajes e EUA

Os deputados do PSD, eleitos pela Terceira, defendem que existe condições para manter uma ligação regular entre as Lajes e a América do Norte.Para desfazer eventuais dúvidas, os parlamentares vão apresentar na Assembleia Regional uma Proposta de Resolução, para que a Comissão de Economia avalie a viabilidade e as potencialidades de um voo permanente entre os Estados Unidos e Terceira.
Em conferência de imprensa, a deputada social-democrata Carla Bretão sustentou que os empresários do Grupo Central e os emigrantes da Califórnia anseiam pela concretização de um voo durante todo o ano.Na Califórnia, 90 por cento dos emigrantes são originários dos Açores e, de entre estes, uma grande parte é oriunda das ilhas do Grupo Central o que, para além do fluxo turístico, também pode ser importante para o desenvolvimento económico local, sublinhou a parlamentar.Segundo Carla Bretão, existem muitas queixas pelo facto de as ligações actuais terem uma taxa de indisponibilidade elevada, o que permite concluir que a situação está longe de ser ideal."Há 35 voos para a Terceira aos sábados, entre Junho e Setembro, dos quais 18 são para Oakland e 17 para Boston, que apresentam uma taxa de indisponibilidade próxima dos 50 por cento, explicou.Em contrapartida, disse a deputada, para São Miguel existem, no mesmo período, 62 voos em quatro dias da semana e cuja taxa de indisponibilidade se situa entre os 10 e os 12 por cento".Para os deputados sociais-democratas há "uma clara situação de descriminação face à Terceira e ao Grupo Central, situação que tem de ser invertida".As queixas das comunidades de emigrantes açorianos, diz o PSD, vão sendo cada vezmaiores e mais pertinentes conhecendo-se a vontade de visitarem a sua terra e as dificuldades que lhes são colocadas, dizendo mesmo que chegar à Terceira por vezes é pior que atravessar o cabo das tormentas. “O preço das tarifas, os constrangimentos de terem de se deslocar através de outra ilha, as indisponibilidades de lugares ou os diferentes limites de peso das respectivas bagagens, tudo são condicionantes e dificuldades desmotivadores para escolherem outras paragens em vez de visitarem a sua terra", referem Importa pois, acrescentou Carla Bretão, compreender, por um lado, porque deixou de existir esta ligação que se efectuava no passado, bem como se existe, de facto ou não, passageiros e carga que justifique retomá-la.A parlamentar afirmou, ainda, que, desde o tempo dos Descobrimentos, que a centralidade da ilha Terceira está mais que confirmada e cobiçada, só que nunca foi bem aproveitada pelos açorianos o que penaliza, particularmente, o Grupo Central das ilhas. O PSD argumenta, também, que o Governo Regional está privilegiar o mercado nórdico, esquecendo-se de aproveitar o mercado da saudade que tem um potencial económico e poder de compra elevado.O projecto de resolução social-democrata pretende que a Comissão Especializada Permanente da Economia proceda "à avaliação real da situação actual, especialmente, as expectativas e o potencial da situação, quer nos Açores, quer nas comunidades de emigrantes, e apurar as razões da exclusão da ligação directa existente no passado.
VOOS TODO O ANO - PSD quer estudar ligações aéreas entre Lajes e EUA

Os deputados do PSD, eleitos pela Terceira, defendem que existe condições para manter uma ligação regular entre as Lajes e a América do Norte.Para desfazer eventuais dúvidas, os parlamentares vão apresentar na Assembleia Regional uma Proposta de Resolução, para que a Comissão de Economia avalie a viabilidade e as potencialidades de um voo permanente entre os Estados Unidos e Terceira.
Em conferência de imprensa, a deputada social-democrata Carla Bretão sustentou que os empresários do Grupo Central e os emigrantes da Califórnia anseiam pela concretização de um voo durante todo o ano.Na Califórnia, 90 por cento dos emigrantes são originários dos Açores e, de entre estes, uma grande parte é oriunda das ilhas do Grupo Central o que, para além do fluxo turístico, também pode ser importante para o desenvolvimento económico local, sublinhou a parlamentar.Segundo Carla Bretão, existem muitas queixas pelo facto de as ligações actuais terem uma taxa de indisponibilidade elevada, o que permite concluir que a situação está longe de ser ideal."Há 35 voos para a Terceira aos sábados, entre Junho e Setembro, dos quais 18 são para Oakland e 17 para Boston, que apresentam uma taxa de indisponibilidade próxima dos 50 por cento, explicou.Em contrapartida, disse a deputada, para São Miguel existem, no mesmo período, 62 voos em quatro dias da semana e cuja taxa de indisponibilidade se situa entre os 10 e os 12 por cento".Para os deputados sociais-democratas há "uma clara situação de descriminação face à Terceira e ao Grupo Central, situação que tem de ser invertida".As queixas das comunidades de emigrantes açorianos, diz o PSD, vão sendo cada vezmaiores e mais pertinentes conhecendo-se a vontade de visitarem a sua terra e as dificuldades que lhes são colocadas, dizendo mesmo que chegar à Terceira por vezes é pior que atravessar o cabo das tormentas. “O preço das tarifas, os constrangimentos de terem de se deslocar através de outra ilha, as indisponibilidades de lugares ou os diferentes limites de peso das respectivas bagagens, tudo são condicionantes e dificuldades desmotivadores para escolherem outras paragens em vez de visitarem a sua terra", referem Importa pois, acrescentou Carla Bretão, compreender, por um lado, porque deixou de existir esta ligação que se efectuava no passado, bem como se existe, de facto ou não, passageiros e carga que justifique retomá-la.A parlamentar afirmou, ainda, que, desde o tempo dos Descobrimentos, que a centralidade da ilha Terceira está mais que confirmada e cobiçada, só que nunca foi bem aproveitada pelos açorianos o que penaliza, particularmente, o Grupo Central das ilhas. O PSD argumenta, também, que o Governo Regional está privilegiar o mercado nórdico, esquecendo-se de aproveitar o mercado da saudade que tem um potencial económico e poder de compra elevado.O projecto de resolução social-democrata pretende que a Comissão Especializada Permanente da Economia proceda "à avaliação real da situação actual, especialmente, as expectativas e o potencial da situação, quer nos Açores, quer nas comunidades de emigrantes, e apurar as razões da exclusão da ligação directa existente no passado. AUNIÃO 2007/05/31

DEFENDE SÉRGIO ÁVILA

Economia tem que ser “consistente e diversificada”
A economia açoriana tem que ser “consistente, diversificada, sustentável e com intensidade estrutural”, apesar das inúmeras condicionantes à competitividade, disseontem , em Angra do Heroísmo, o vice-presidente do Governo Regional.
Falando na sessão de abertura das Jornadas Ibero-Atlânticas de Estatísticas Regionais, a Sérgio Ávila elencou alguns desses constrangimentos que impedem, a par da opção governamental de investir no desenvolvimento de todas as ilhas e não apenas nas de maior dimensão de mercado (São Miguel e Terceira), que a economia dos Açores “tenha um desempenho ainda mais notório”.Entre esses sobre-custos, advindos da realidade arquipelágica da Região, destacou o mercado interno “reduzido e constituído por nove micro-mercados, distantes dos principais centros consumidores”, que dificulta o aproveitamento de economias de escala na produção económica.A dispersão demográfica e a movimentação de pessoas e produções a fazer-se obrigatoriamente por via marítima e aérea são outros factores que aumentam “as necessidades de investimento público numa rede complexa e onerosa de equipamentos e infra-estruturas económicas (estradas, portos e respectivos equipamentos, aeroportos e respectivas aerogares) ”, disse também o vice-presidente do Governo.Mesmo assim, salientou Sérgio Ávila, “segundo os últimos números do PIB regional divulgados pelo INE, os Açores foram a Região do País com a maior taxa de crescimento nominal (7%) a nível nacional no período de 2000 a 2003, tendo registado, nesse mesmo período, um crescimento real de 2,9%, quatro vezes superior à taxa de crescimento nacional, confirmando um processo acentuado de convergência da economia regional à média nacional, situando-se em 2004, no índice 88, já superior às regiões Centro e Norte”.O governante revelou, também, que nos dados preliminares de 2004 se verifica igualmente “um crescimento nominal superior à média nacional, permitindo indiciar mais um ano de dinamismo e de evolução positiva da economia regional”.Relativamente à produtividade, os Açores registam, em 2004, um índice de 104 ultrapassando a média nacional e, das 30 regiões NUTS III do País, só cinco delas têm uma produtividade superior ao arquipélago.“É neste nosso contexto que se realizam as Jornadas Ibero-Atlânticas de Estatística, cujo objectivo principal é a reflexão e o debate sobre a produção e difusão de estatísticas de âmbito regional, através da partilha e confronto de diferentes realidades e experiências, juntando à mesma mesa Institutos de Estatística de diversas regiões peninsulares e atlânticas, de Portugal e Espanha”, disse depois Sérgio Ávila, acrescentando que a informação “é importante não só pelo conhecimento que proporciona, mas também porque ela própria é um factor determinante da competitividade de uma região”.A comparação de metodologias e o debate sobre a importância crucial da estatística no mundo globalizado, mas, ao mesmo tempo, com regiões mais fortes na União Europeia a necessitarem de dados atempadamente, foram aspectos que Sérgio Ávila também destacou sobre a importância deste encontro.Informação a melhorarAcerca do Serviço Regional de Estatística, que tutela, o vice-presidente disse que os objectivos da instituição para este ano passam por melhorar a qualidade da informação estatística oficial, melhorar a eficiência dos processos associados à produção e difusão e potenciar o desenvolvimento dos recursos humanos.“Neste último ponto, saliento que a formação dos recursos humanos é um factor fundamental em qualquer organização e um desafio constantemente assumido pelo Governo Regional dos Açores”, pelo que, nos próximos seis anos, acrescentou o governante, “pretendemos formar nas mais diversas áreas mais de 14 mil jovens e cerca de 42 mil activos”, ao mesmo tempo que continua o esforço de “dotar a sociedade açoriana de tecnologias de informação e comunicação”. A terminar, Sérgio Ávila deixou aos participantes “o desafio de estabelecerem, enquanto entidades independentes, novas estratégias que tenham sempre em linha de conta que, além dos números, existem pessoas e é para elas que todos nós trabalhamos”. A UNIÃO 2007/06/01