quinta-feira, 31 de maio de 2007

Cartão Inter Jovem com novas vantagens

O lançamento do novo cartão decorre hoje, pelas 11h00, na Loja do Investidor do Banco Comercial dos Açores, em Ponta Delgada.
A Direcção Regional da Juventude realiza hoje, pelas 11h00, as assinaturas com os patrocinadores e empresas associadas ao novo Cartão Inter Jovem.Este cartão, dirigido a jovens entre os 14 e 26 anos, apresenta grandes vantagens, desde viagens a um euro inter-ilhas, de barco, bem como descontos nas pousadas de juventude, entradas gratuitas em museus e nos concertos que se realizam em algumas ilhas, como é o caso da Maré de Agosto. O documento proporciona ainda descontos em muitas lojas.Com uma nova imagem e novas vantagens este cartão será prolongado até 30 de Abril de 2008, podendo ser renovado logo no dia seguinte, permitindo aumentar as vantagens aos jovens açorianos, que podem, assim, conhecer as outras ilhas do Arquipélago e alargar a sua cultura.
JornalDiario 2007-05-31 10:44:19

quarta-feira, 30 de maio de 2007

AGIRA forma a primeira Associação de Guias Regionais

A AGIRA – Associação de Guias Intérpretes da Região Açores organizada na Ilha de S. Miguel realiza hoje uma Assembleia Geral para aprovação dos seus estatutos e nomeação dos seus corpos gerentes, que terá lugar hoje, 30 de Maio, pelas 20h30, na sede do Sindicato dos Bancários, em Ponta Delgada.
Contamos dar mais notícias proximamente.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Fotografias de bustos e estátuas micaelenses em livro

“Estatuária Micaelense” é o título do livro de João e Rita Freitas, que será lançado este fim de semana no Auditório Padre Fernando Teixeira Cabral, na freguesia de S. Roque.
O livro resulta de um levantamento feito, durante cerca de dois anos, das estátuas e bustos existentes em S. Miguel, apresentando as suas fotografias, acompanhadas da respectiva descrição detalhada com o nome do homenageado, do escultor e da sua localização.No prefácio do livro “Estatuária Micaelense”, a cargo do jornalista Gustavo Moura, é revelado o interesse histórico desta publicação, pois, para além da descrição do universo da estatuária micaelense “o que se assinala é a obra que é legada pelas acções concretas que desenvolveu (cada homenageado) ou pelas ideias que defendeu e divulgou, abrindo assim aos vindouros caminhos de reflexão e estímulo para trabalhos que ajudaram a construir a comunidade, numa herança colectiva que este livro de João Freitas ajuda a perpetuar”.Com a imagem profissional a que João Freitas habituou o público e recolha histórica de Rita Freitas, “Estatuária Micaelense” mostra o património escultural de S. Miguel e apela à curiosidade do leitor para a história colectiva.
JornalDiario -2007-05-26 10:40:10

domingo, 27 de maio de 2007

O País do Mar

Segundo o arquitecto suíço italiano Mario Botta o viver longe dos grandes centros é condição necessária à percepção do universal.Com o nariz encostado à parede de um qualquer grande arranha-céus é difícil perceber o tamanho dele e, muito menos, ter uma ideia do impacto na paisagem.Vivemos em arquipélago há séculos!Talvez por isso a gente aqui, habitando estas ilhas do Norte da Macaronésia, perceba melhor os dramas de se ser português nos inícios do Século 21!Quando neste fim de semana a Marinha Portuguesa termina em Ponta Delgada as festividades do Dia da Marinha 2007, que este ano realizou nos Açores, faz mais do que trazer até cá alguma música muito boa, exposições interessantíssimas, a “Sagres” e uma "João Roby" já com a sua idade.Pelos modos que pode e sabe, a Armada está também a sinalizar, mais uma vez, aquilo que teimamos em não ver, uns mais do que outros: As dimensões do País que somos, mesmo tendo em conta – ou por isso mesmo – o mapa em que ele se inscreve e o lugar que ele ocupa no contexto Atlântico, Europeu e do Mundo.Portugal nasceu na Europa e na Península Ibérica. Poderia ter sido, mesmo com um império colonial ultramarino na Idade Moderna, mais um país europeu e continental à beira mar plantado!A questão, porém, é que, ainda mal terminara o arrumar de casa que foi o chegar aos Algarves, o mar começou a participar da construção identitária de um modo que não é o mesmo doutros povos.A Serra da Estrela, o Marão e Trás os Montes, o interior alentejano existem e fazem parte de nós, mas Camões, ao colocar o velho do Restelo nos Lusíadas, faz mais do que tratar o tema dos que ficam, ele coloca ali os que são demasiado europeus para serem atlânticos. Coloca a falar, sobretudo, os que são demasiado continentais, terrestres, amantes da largueza de terras contínuas e críticos dos que vêem na comunicação marítima ou outra o progresso dos povos, o fluir das culturas, o alicerce das novas identidades feitas de conhecimento e comparação e já não de medo.Portugal tornou-se, por via do que lhe fizeram as mãos e braços de muitos dos seus filhos, um país de mar, e ficou assim até hoje.Pelo menos deveria ter ficado, com a terra a servir de ancoragem, a comunicação a servir de seiva, o oceano a servir de lugar donde se olham as coisas.Enquanto os portugueses foram capazes de gerir as relações que o mar lhes abria e possibilitava, as questões de tamanho perante o resto, de função perante os outros, de posição perante a concorrência, foram sendo resolvidas. Ah! A maravilha da resposta de D. João VI, quando muda a capital para o Brasil e coloca todo o Atlântico entre si e Napoleão, continuando do Rio de Janeiro a governar a Índia, o oiro do Brasil, as riquezas de África…Quando Russell-Wood num livrinho fabuloso, publicado por ocasião da Expo 98, se refere a Portugal como tendo um destino entrelaçado com o mar, faz mais que um cumprimento de circunstância e um título de ocasião. Refere um facto! Um importante facto!Só que a gente – sobretudo a gente que mora no rectângulo continental europeu português – parece teimar em esquecer que a nossa capacidade de ser país neste início de século e milénio, depende, exactamente, de perceber até que ponto o mar e a condição de país-arquipélago são estruturantes desse direito à diferença.Na actual fase de integração europeia importa, e depressa, perceber que o nosso país tem de se construir, cada vez mais, integrando o mar e a partir do mar.Não basta ter uma das maiores, se não a maior, zona económica da União, em termos proporcionais!Porque ela é maior em área que a própria área terrestre total do País, tem de ser o nosso activo cultural, económico e político mais relevante!
Diário Insular 20 de Maio de 2007 - VELA DE ESTAI -por: Francisco Maduro Dias

sábado, 26 de maio de 2007

Reagir e pró-agir

Pelos vistos, a não ser alguns turistas, os guias que ali os levam, e meia dúzia de cidadãos de forma assumida, mais ninguém questiona se a carreira de tiro do Monte Brasil é ou não compatível com uma zona lazer.A reacção da esfera oficial é que não há queixas e como não há queixas não há razão para intervir. Tal reacção é, aliás, bem típica de uma classe dirigente reactiva. Reagir é sempre mais fácil do que pró-agir. Quando muito, corrige-se o rumo. As coisas vão acontecendo e quando dão asneira, reage-se, tapa-se o buraco, emendando-se a mão, pinta-se o cenário de uma nova cor e, se a velocidade for grande, até quase não se dá pelos danos. Tudo fica contente e vamos em frente que se faz tarde.Pró-agir é agir em defesa da acção em si mesma, não porque haja queixas, manifestações de rua, simples rumores, ou desabamentos. É medir por antecipação as consequências de uma acção, reorientando-a sem provocar danos. E isso não só não é fácil, como dá muito trabalho. É a diferença entre gerir ao dia e ter um planeamento de gestão. Gerir ao dia é manter processos e procedimentos que todos sabem não serem os melhores, mas porque não há queixas, eternizam-se até serem forçados à mudança pela inevitabilidade do tempo ou das circunstâncias.Pro-reagir é estar atento e avançado em relação ao tempo, promovendo, por antecipação, as medidas mais adequadas a cada momento. Sem sofrimento. Simplesmente sabendo interpretar os sinais. Talvez seja esta a razão porque as mercearias nunca venderão carros de fórmula um.A nós pouco nos incomoda que andem e continuem a andar aos tirinhos no Monte Brasil. Quando isso acontece, damos uma volta de 180 graus e mudamos de rumo. O turista é que pode não gostar e há-de encarregar-se de fazer a publicidade mais eficaz, no torna-viagem, junto do seu ciclo de amigos.
Diario Insular 17 de Maio de 2007

National Geographic filma em Angra e Pico

De acordo com Iván Bousco, produtor executivo do National Geographic Channel, trata-se de um documentário de 30 minutos, que olha os 13 locais nacionais classificados pela Unesco como Património Mundial da Humanidade, que deve ser exibido em Setembro.Segundo Madalena Bettencourt, da Delegação de Turismo de Angra do Heroísmo, para além de Portugal, o documentário vai ser exibido nos canais espanhol, britânico e alemão da National Geographic.A realização do documentário conta com os apoios do Instituto de Turismo de Portugal e da Direcção Regional de Turismo, “o que, por sua vez, envolve a Secretaria Regional de Economia”, explica Madalena Bettencourt.A equipa percorreu os vários monumentos da cidade Património Mundial da Humanidade. “Estivemos no Castelo de São Sebastião, no Porto de Pipas, na Igreja da Conceição, na Misericórdia, no Convento de São Francisco, em tantos sítos”, avança Iván Bousco.Segundo o produtor executivo do canal televisivo da National Geographic, o objectivo do documentário é “transmitir um olhar diferente sobre o património da humanidade. A National Geographic tem uma forma diferente de olhar, queremos transmitir um Portugal moderno, onde tradição e espírito urbanos se misturam”, adianta.O documentário segue o olhar do fotógrafo português António Sá, que colabora com a National Geographic. “A ideia é filmar o património da humanidade português seguindo o olhar de um fotógrafo, que se levanta cedo para trabalhar, compila imagens e fala com pessoas, com especialistas. Sou uma espécie de guia para o documentário”, explica o fotógrafo.Além do produto final ser um documentário de 30 minutos, o trabalho de António Sá resultará, também, numa exposição que deverá ser apresentada em Lisboa, Porto e Coimbra, prevista para Junho.À frente das filmagens da National Geographic está Alfredo Mayo, que já realizou mais de 300 películas e colaborou com nomes como Pedro Almodóvar, Richard Fleischer ou o português Luís Galvão Teles.
Diário Insular 15 de Maio de 2007

Aos tirinhos

A carreira de tiro, situada na caldeira do Monte Brasil, continua a ser utilizada, quer pelos militares, quer pelo clube de tiro local. Nos dias que correm, e dado o uso que é feito daquela área, começa a engrossar o mal-estar. Não está em causa a segurança da carreira, até porque - dizem-nos - será das mais seguras do país. Basta olhar para a sua localização para se perceber que seja assim. Estará em causa, sim, é a compatibilidade ou não entre uma reserva florestal de recreio (uma parte do Monte sob jurisdição do Governo Regional) e uma carreira de tiro (a caldeira, sob jurisdição militar).O Monte Brasil, como todo o ex-libris de uma qualquer cidade, é dos tais locais imperdíveis de visitar, seja qual for a permanência do visitante entre nós. Não é difícil imaginar a reacção daqueles que nos procuram, precisamente porque lhes “venderam” os Açores como local pacato, pleno de sossego, com a Natureza mesmo ali à mão, sobe ao Monte Brasil, para, envolto em silêncio, olhar a cidade, varrer a costa de Este a Oeste e, de repente, desatam aos tiros.Qual a reacção previsível? O que irão contar da experiência? Que publicidade farão do facto?Falamos sempre dos outros! Mas, e nós, que usamos o Monte Brasil para passeios de comunhão com a natureza, descontracção, preparação física de acordo com os trilhos em que os próprios serviços do Governo Regional tanto cuidado têm posto, continuaremos a merecer festivais de tirinhos?Será que para a prática desportiva ou preparação bélica, não haverá outro local na ilha que reúna requisitos idênticos de segurança e de menos incómodo para os terceirenses e para quem nos visita? Ou é assim..., porque é assim?! Veremos na edição de amanhã o que pensa quem tem responsabilidade directa ou indirecta nesta matéria.
Diário Insular 16 de Maio de 2007

Fascínio pelas Cagarras

Durante oito meses, Paulo Henrique Silva partilhou as primeiras horas de parte das suas madrugadas na companhia dos casais de cagarros na costa dos Altares. Da observação de uma colónia de cagarros na costa dos Altares, composta por mais de 70 casais reprodutores (mais de 500 aves) resultou uma instalação de som e imagem, patente no Museu de Angra do Heroísmo, e um disco com esse material.“Observei, durante a noite, o desenvolvimento de quatro ninhos, fotografando e gravando a actividade de quatro casais reprodutores, desde a sua chegada à colónia ao nascimento e crescimento das crias, passando pela reprodução e nidificação”, explica o investigador.Dessa observação resultaram as 30 fotos que o autor mostra na instalação, que congrega uma projecção multimédia e a apresentação dos sons destas aves durante aquele período.“O disco comporta mais de 160 fotos, 27 minutos de som, com os cantos emitidos pelos cagarros no período nupcial, um texto do professor universitário Félix Rodrigues, as minhas notas de campo, além de estatísticas e mapa de localização desta sub-espécie”, adianta o autor.FASCÍNIOUma das questões que se impõe na conversa com o autor é saber o porquê de abdicar de horas de sono para partilhar com os cagarros o período nocturno.Paulo Henrique Silva ri com a questão. E responde de imediato: “fascínio”.“Tenho um fascínio pelos cagarros. Aliás, acho que ninguém consegue ficar indiferente aos cantos dos cagarros aqui nos Açores. Até aos meus 13 anos, nunca ouvi falar de cagarros, nem os conheci. Aos 15 anos, numa viagem a São Jorge, onde fui passar umas férias a casa de um familiar na Ribeira Seca, ouvi, durante a noite, os cantos dos cagarros. Nessa noite nem dormi. E na manhã seguinte, explicaram-me tratar-se de cagarros, uma ave que não conhecia. Aí ficou o fascínio por essa espécie, sobretudo pelos seus cantos”, recorda.Anos mais tarde, usando as suas capacidades técnicas – Paulo Henrique é técnico de som na delegação da Terceira da RDP/Açores – o investigador tem vindo a gravar os cantos dos cagarros.“Em 2005, juntando esses trabalhos experimentais e o gosto pela observação de aves, decidi fazer algumas incursões em colónias de cagarras, para tentar perceber onde fazem os ninhos, que espaço ocupam, etc. Já nessa altura, tinha a ideia de realizar um trabalho desta natureza. Um ano depois, avancei decididamente para o terreno, tendo este trabalho resultado de oito meses de observações regulares em ninhos da colónia na orla costeira dos Altares”, explica Paulo Henrique Silva.O resultado desse fascínio está patente ao público no Museu de Angra do Heroísmo até Setembro deste ano.“Esta instalação liberta-nos dos parâmetros habituais de uma exposição. Podemos estar a ver fotografias retro-iluminadas, onde o som sai da própria imagem, como se de um filme se tratasse. Cria-se assim uma envolvência cénica que nos dá maior liberdade, criando-se também outra perspectiva para quem visita o espaço”, explica o autor das imagens e do som.Além deste trabalho, as imagens e os sons destas expedições estão inseridas num disco, que conta ainda com as notas de campo do autor e vários textos de suporte.Uma das “proezas” deste trabalho é a gravação sonora dos cantos nupciais dos cagarros.“Possivelmente, pelos contactos que estabeleci, esta foi a primeira vez que se fez um registo de som completo de todo o processo de nidificação e reprodução do cagarro”, explica Paulo Henrique Silva.ESPÉCIE PROTEGIDA“Actualmente, penso que os açorianos já interiorizaram a protecção do cagarro. Aliás, os resultados da campanha SOS Cagarro – e a sua própria existência – parecem-me prova disso. No entanto, é preciso não esquecer que esta espécie já sofreu muito com a predação humana”, explica Paulo Henrique Silva.Os cagarros, desde o povoamento, eram mortos para fazer das penas o interior das almofadas, para comer – “há uma série de receitas no receituário tradicional em algumas ilhas do arquipélago que usam cagarro, caso de Santa Maria ou da Graciosa” – para servir de isco na pesca, etc.Félix Rodrigues, num texto científico inserido no disco que complica o trabalho de Paulo Henrique Silva, exemplifica: “A predacção humana ao cagarro iniciou-se logo aquando do povoamento das ilhas açorianas. Gaspar Frutuoso refere que na ilha de Santa Maria “os tomavam com paus às trochadas, enchendo assim sacos deles, de que faziam muita graxa (gordura) e outros escalavam e punham a secar como pescado para depois comerem”. Dos cagarros a gente de Santa Maria aproveitava também as penas para encher almofadas e colchões. Afirma-se informalmente, na ilha de Santa Maria, que o cagarro era ainda há poucos anos um prato muito apreciado que só perdeu interesse com a proibição de apanha dessa ave. A carência de recursos nutricionais na Região Açores levou a que se adquirissem novos hábitos alimentares e se dessem utilizações específicas aos produtos derivados das aves marinhas”.Os cagarros – conta Paulo Henrique Silva – eram também usados como cura medicinal, particularmente a sua gordura, uma matéria-prima muito preciosa pelas suas alegadas qualidades medicinais.“Havia uma exploração do azeite de cagarro. As pessoas iam aos ninhos, retiravam as crias em fase de crescimento, viravam-nos para baixo e o óleo estomacal das crias era derramado num recipiente. Esse óleo tinha qualidades medicinais e era considerado milagroso. Era usado em feridas de animais, em feridas humanas, em entorses, em lesões musculares. Há 20 anos atrás, um quarto de litro de azeite de cagarro custava mil escudos. Aliás, nessa época havia quem considerasse a época dos cagarros como uma segunda vindima. Claro que, no caso da recolha do óleo, as pessoas recolocavam as crias nos ninhos, voltando quatro ou cinco dias depois para nova recolha”, recorda o investigador terceirense.Aliás, durante as observações de Paulo Henrique Silva, as alegadas qualidades medicinais do seu óleo estomacal podem tem ser observadas: “em Setembro, observei uma cria que tinha uns tumores no bico. Enviei essas imagens a alguns especialistas do Departamento de Oceanografia e Pescas, que me disseram desconhecer o problema, assumindo poder tratar-se de algum tumor. O que é certo é que, passado algum tempo, esses tumores desapareceram por completo. Daí que possa haver alguma ligação entre esse facto e as propriedades medicinais do seu conteúdo estomacal”.“Era crença popular que tais propriedades do azeite do cagarro, quase milagroso, também eram reconhecidas por médicos veterinários, que afirmavam sará-los rapidamente. De facto, alguns óleos de peixe têm propriedades anti-inflamatórias, reduzem a dor e têm na sua composição substâncias orgânicas capazes de sarar feridas. Não existe no entanto um estudo científico aprofundado sobre a composição do azeite de cagarro e das enzimas que lhes estão associadas que permita afirmar com objectividade que essas aplicações efectivamente funcionavam”, complementa o professor universitário Félix Rodrigues.Actualmente, a maior ameaça à espécie são os carros. Mesmo assim, os números não revelam alarmismo.“Apesar de não haver estudos pormenorizados sobre o impacto de cada uma das ameaças anteriormente referidas, crê-se que a percentagem de indivíduos mortos por colisão ou atropelamento nos Açores seja muito reduzida em termos percentuais ou mesmo em termos absolutos, e que a captura por vandalismo ou para isco, seja marginal e difícil de praticar dada a sensibilidade da população local para esta questão. Relativamente à destruição de habitats, a ocorrer não é predominantemente nas zonas de falésia onde normalmente estas aves nidificam ou nas Zonas de Protecção Especial das ilhas açorianas. A actual predacção humana a esta espécie é muito reduzida comparada com o passado recente”, revela Félix Rodrigues.APROVEITAMENTO TURÍSTICOPaulo Henrique Silva, em declarações ao DI, assume que a predominância dos cagarros nos Açores pode ser uma mais-valia para o arquipélago. Contudo, realça que ainda não é tempo de aproveitar essa potencialidade em termos turísticos.“Na observação de aves, uma das acções mais fascinantes é a observação de colónias de aves marinhas. Porque podemos observá-las nos seus habitats terrestres, da sua nidificação e reprodução. Isso é muito importante para os ornitólogos, ou seja, para quem observa e estuda as aves. Ora, os Açores têm uma riqueza enorme sobre esse ponto de vista. Entre Fevereiro e Março temos a maior parte das nossas encostas habitadas por espécies marinhas”, reconhece.No entanto, sublinha: “Discordo que, neste momento, se aproveite turisticamente essa potencialidade no arquipélago. Uma coisa será observar a aproximação dessas aves à ilha, os seus cantos, etc. Outra coisa será observar o seu quotidiano no terreno. Ora, aceito que se faça o aproveitamento da primeira parte, mas discordo da segunda, apenas porque, neste momento, não há qualquer monitorização da sua presença nos terrenos que ocupam. Sem esse conhecimento, e sem uma fiscalização eficaz, será impossível protegê-los da presença humana, mesmo que esta nem tenha intenção de os afectar. Mas, a partir do momento, que haja esse conhecimento, acredito que seja possível potenciar essa potencialidade”, assume o investigador terceirense, embora argumente que essa observação turística terá de ser pontual em determinadas colónias, para evitar o contacto excessivo com a espécie, com os problemas inerentes a essa situação”.O observador de aves reconhece que as ilhas têm potencial natural capaz de justificar o aproveitamento turístico. “Há uma enorme diversidade, deste a flora à geologia, que pode ser usada como atractivo turístico. Neste momento, está-se a falar e a pensar nisso”, assume.“Há gente que cá vem para apanhar sol – o turista-camarão. Mas o turista-camarão, se tiver hipótese de conhecer outras coisas além do sol e da praia, ele aceita essa oferta e vai conhecer outras coisas. Mas é preciso que as coisas estejam preparadas para isso. Sei que se está a pensar nisso, porque ouço falar nisso”, sublinha.“É preciso não esquecer que, até há pouco tempo, a promoção da imagem dos Açores no exterior era feita à custa de espécies infestantes ou espécies importadas: a hortênsia (oriunda do Japão), a roca-de-velha (trazida dos Himalaias) e a gaivota (uma espécie necrófaga). Portanto, isso é revelador do pensamento que existia. Acho que as coisas têm vindo a mudar, sobretudo as mentalidades. Vamos a ver onde tudo isto vai dar”, refere.CAGARROS NO MUNDOSegundo Félix Rodrigues, “Cagarro ou cagarra é uma palavra que designa maioritariamente a ave Calonectris diomedea borealis, da família Procellariidae e ordem procellariiformes, comum às ilhas dos Açores, Berlengas, Canárias e Madeira. Cagarra também pode querer designar a Pardela-de-bico-amarelo (Calonectris diomedea diomedea) cuja distribuição está associada a zonas temperadas e subtropicais do Atlântico Norte e Mediterrâneo”.“Na Europa – escreve o professor universitário, num texto que acompanha as imagens e sons de Paulo Henrique Silva - existem duas subespécies de cagarros com distribuições espaciais distintas: a Calonectris diomedea diomedea, no Mediterrâneo, nomeadamente na Croácia, Espanha, França, Grécia (ilha de Kos), Itália (Sicília), Malta e Turquia e a Calonectris diomedea borealis, de constituição mais robusta do que a primeira que se reproduz essencialmente nas ilhas anteriormente referidas”.Estima-se que, actualmente, existam nos Açores cerca de 188 mil casais reprodutores da subespécie C. d. borealis, o que representa 64,7 por cento do total de casais reprodutores a nível mundial da espécie Calonectris diomedea e 75,7 por cento do número de casais reprodutores a nível mundial da subespécie Calonectris diomedea borealis.Esta espécie está protegida nos Açores por diversa legislação. A costa da ilha do Corvo, a costa sul, sudoeste e nordeste da ilha das Flores, os Capelinhos na ilha do Faial, as Lajes do Pico, Ponta da Ilha e Santo António na ilha do Pico, o Ilhéu do Topo e costa adjacente em São Jorge, o Ilhéu de Baixo e Ilhéu da Praia na Graciosa, a Ponta das Contendas e Ilhéu das Cabras na ilha Terceira, e o Ilhéu da Vila e costa adjacente em Santa Maria são as áreas regionais onde as zonas de nidificação do cagarro estão protegidas por lei.
PAULO HENRIQUE SILVAFascínio pelas Cagarraspor: Rui Messias
Diário Insular -27-05-2007

Época balnear começa no dia 1 de Junho

Época balnear começa no dia 1 de Junho
A segurança das zonas balneares, ficará a cargo de nadadores salvadores distribuídos pelas praias de Milícias, Pópulo, S. Roque e Mosteiros.
A Praia das Milícias, em S. Roque, vai ostentar a Bandeira Azul durante a época balnear de 2007, em Ponta Delgada, que decorre de 1 de Junho a 30 de Setembro.Ao contrário de anos anteriores, a Praia do Pópulo, no Livramento não recebe esta distinção, não tendo sido considerada pela Associação da Bandeira Azul, por ter ultrapassado em três, das dez análises feitas à água balnear, o limite recomendável por aquela fundação, pese, embora, a qualidade da água balnear da praia do Pópulo apresente as condições definidas na legislação nacional, encontrando-se dentro dos parâmetros de qualidade.De resto, todas as zonas balneares do concelho de Ponta Delgada apresentam condições óptimas de utilização, sendo sempre salvaguardados os equipamentos necessários ao seu funcionamento, desde a qualidade das águas balneares e sanitárias até à segurança.No que diz respeito à segurança das zonas balneares, esta ficará a cargo de nadadores salvadores distribuídos pelas praias de Milícias, Pópulo, S. Roque e Mosteiros. A segurança fica ainda reforçada – tal como em anos anteriores – com a existência de uma moto de água, com maca acoplada, que terá como base a Praia das Milícias.No que diz respeito a higiene e limpeza, a limpeza das praias será assegurada, diariamente, através de uma máquina de limpeza e de desinfecção dos areais, onde estarão também colocadas as habituais papeleiras. Para maior higiene dos areais serão, também, disponibilizados cinzeiros nas praias das Milícias, do Pópulo e dos Mosteiros.A limpeza das zonas circundantes das praias será feita pela Associação Alternativa.Com o objectivo de reforçar a sensibilização ambiental, serão, também, desenvolvidas várias actividades pelo Departamento de Higiene e Limpeza da autarquia. Estas actividades serão levadas a cabo de acordo com um calendário, cujas acções mais relevantes terão lugar nos meses de Julho e Agosto, com iniciativas que passarão pela distribuição de panfletos e realização de actividades com os jovens integrados no programa OTL que terão em vista a envolvência da população em geral para a educação ambiental.
JornalDiario
2007-05-25 11:29:08

Energia como factor de competividade

Energia como factor de competitividade

O secretário regional da Economia alertou, ontem, para a importância da energia como “factor de competitividade das diversas actividades económicas”, sublinhando a necessidade de introdução, no sector energético, de “novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos”.
O secretário regional da Economia alertou, ontem, para a importância da energia como “factor de competitividade das diversas actividades económicas”, sublinhando a necessidade de introdução, no sector energético, de “novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos”.Na sessão de abertura, em Ponta Delgada, do seminário “Microgeração e Eficiência Energética”, Duarte Ponte advertiu, também, para “os impactos cada vez mais patentes no meio ambiente que resultam da intensificação da utilização, ao longo dos últimos dois séculos, da energia, tal como com outros recursos, nomeadamente a água”.“A energia passou a ser, do ponto de vista das políticas públicas, além de um recurso indispensável ao desenvolvimento socio-económico, um forte factor de pressão ambiental com impacte na qualidade de vida das actuais e das gerações vindouras”, considerou, realçando o “desafio da sustentabilidade aliado ao da competitividade e segurança do aprovisionamento.”Segundo sublinhou, “a relação da energia com o desenvolvimento sustentável implica alteração do paradigma energético – novas metas, novas tecnologias e novos comportamentos.”Esse novo paradigma exige “a maximização dos recursos endógenos, uma acomodação de novas tecnologias de produção descentralizada e diversificação das fontes energéticas, nomeadamente de origem renovável”, alertou o governante, para quem se impõe, igualmente, “uma eco-eficiência e alteração do perfil de comportamentos dos cidadãos e decisores, onde a evolução tecnológica e a cooperação internacional serão determinantes na procura de soluções para o nosso futuro colectivo e para a concretização das metas que nos propomos atingir.”Duarte Ponte sublinhou que “os Açores, em consonância com a estratégia nacional para a energia e da política energética para a Europa, têm desenvolvido uma série de programas, medidas e acções que muito honram a Região e que têm contribuído claramente para o desígnio europeu”, esta área.“No quadro da política energética para a Região, onde sobressaem objectivos fundamentais como a segurança do abastecimento, a competitividade da economia e o respeito pelo ambiente, torna-se necessário diversificar as fontes energéticas, privilegiar as energias renováveis, promover a utilização racional e mais eficiente da energia, bem como criar condições de solidariedade tarifária e qualidade dos serviços energéticos a todos os consumidores”, considerou.O secretário da Economia referiu-se, ainda, ao abaixamento do tarifário eléctrico na Região, indicando que “há 10 anos, os açorianos pagavam 39 por mais caro essa energia que os seus compatriotas continentais” e que “com o processo de convergência tarifária iniciado em 1998, os Açores conseguiram ter, hoje, uma igualdade tarifária com o todo nacional”.Tratou-se de “uma importante conquista para a nossa economia”, afirmou, ao admitir que Açores têm outros importantes desafios a enfrentar com vista “à redução da dependência energética dos produtos petrolíferos e à maximização da utilização recursos endógenos” regionais, a par adopção de “medidas de utilização mais eficiente da energia”.Com a “criação do ProEnergia, Sistema de Incentivos à Eficiência Energética que pretende alargar a produção descentralizada de energia e diversificação das fontes com origem renovável a todos os açorianos, as pequenas e médias empresas (PME’s) e o sector residencial doméstico poderão usufruir dos apoios financeiros do Governo Regional, contribuindo, também, para o somatório da produção de energia renovável na Região”, afirmou, revelando que, até agora, foram aprovados 52 projectos.“Neste sistema de incentivos, são abrangidos os investimentos na exploração de recursos energéticos renováveis, como sejam hídricos, eólicos, biomassa, biogás, biocombustíveis, solares térmicos, solares fotovoltaicos, para a micro-produção de electricidade destinada ao auto-consumo e micro – cogeração de electricidade e calor para utilização em edifícios, nomeadamente para a produção de água quente sanitária, em substituição do gás butano”, explicou, precisando que o incentivo a conceder reveste a forma de subsídio não reembolsável, correspondendo a 25 por cento das despesas elegíveis, com um limite máximo de 250 mil, para as PME’s, e de mil por fogo, para o residencial doméstico.“Para os casos em que os investimentos se realizem em zonas sem acesso à rede eléctrica regional, onde se enquadram as fajãs, por exemplo, o incentivo é de 50 por a fundo perdido”, acrescentou.O seminário “ Microgeração e Eficiência Energética” integra-se nas celebrações do “Mês da Energia”, sendo promovido pelo Governo Regional com a colaboração da Agência Regional da Energia e Ambiente dos Açores (ARENA) para contribuir, incentivar e promover melhores formas de produção e utilização da nossa energia.A realização deste evento é a manifestação mais evidente que os Açores estão “em sintonia com as grandes questões que se colocam ao sector energético mundial e nacional de redução da dependência dos produtos petrolíferos e das emissões de dióxido de carbono, de aumento da eficiência dos sistemas de energia e da prestação de um serviço cada vez de maior qualidade a todos os cidadãos”, considerou Duarte Ponte.
Jornal "A União" 26/05/2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Feira de Viagens em Ponta Delgada

Feira de viagens começa hoje em Ponta Delgada
A iniciativa realiza-se, até domingo, no Coliseu Micaelense.
Na linha do que aconteceu, há uns meses, com a Expo Imóvel, o Coliseu Micaelense organiza, entre hoje e domingo, uma feira de viagens, denominada Expo Viagens.O evento reunirá vários operadores turísticos dos Açores. Depois da realização do certame temático sobre imóveis, a Expo Viagens será a primeira iniciativa do género a nível regional que irá congregar e promover no espaço do Coliseu as actividades das agências de viagens e turismo da Região.Este evento irá possibilitar não só o encontro entre profissionais do turismo interno e externo, mas também a promoção de destinos turísticos, com especial destaque para o turismo interno. A primeira feira regional de agências de viagens e turismo decorrerá com o seguinte horário público: hoje, das 19h00 às 23h00; amanhã e domingo, das 15h00 às 23h00.
JornalDiario
2007-05-25 10:11:10

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Tiros no Monte Brasil disparam polémica

A utilização da carreira de tiro no Monte Brasil está a gerar fortes críticas por parte dos frequentadores do espaço de reserva natural e dos profissionais ligados ao turismo.



A utilização da carreira de tiro no Monte Brasil está a gerar fortes críticas por parte dos frequentadores do espaço de reserva natural e dos profissionais ligados ao turismo. De acordo com o guia turístico, José Pires Borges, a prática de tiro estendeu-se aos fins-de-semana, sendo que o ruído dos disparos seria audível no parque de piqueniques. “Trata-se de um espaço em que eu me encontrava para almoçar, um parque de natureza, onde as pessoas vão para descansar e para usufruir do bom tempo e do sossego”, adianta.“Um colega meu seguia com um grupo de médicos, por volta das 11 da manhã e teve de parar devido aos tiros, pois não queria colocar a vida das pessoas em perigo”, critica, adiantando que vai iniciar um movimento cívico no sentido de uma gestão única do Monte Brasil como reserva natural.Na opinião de Pires Borges, está em perigo a imagem de calma e beleza que atrai os turistas ao Monte Brasil, acrescentando que, para além disso, se trata de uma questão de segurança. “Quando se pratica tiro, coloca-se uma bandeira vermelha como aviso. Não existe qualquer vedação que impeça uma criança, ou até um estrangeiro, que desconheça a situação, de descer e colocar a sua vida em perigo”, alerta.O director regional dos Recursos Florestais adianta que os Serviços Florestais detêm 63 hectares dos 100 existentes, garantindo que a prática de tiro não tem colidido com a função do Monte Brasil como reserva natural. “A única questão que se pode colocar é a existência de um trilho que passa em terrenos militares, mas, quando existem provas de tiro, é colocada uma bandeira vermelha, como indicação que as pessoas não podem circular. São duas práticas que sempre coexistiram”, avança José Mendes.Uma opinião partilhada pela directora regional do Turismo, Isabel Barata. “A prática de tiro sempre existiu, a solução está na coordenação. Não tivemos qualquer queixa, pelo que assumimos que não existem problemas”, reitera.Já o comando do Regimento de Guarnição Nº1 frisa que os militares são “sensíveis” às questões ambientais e garante que a carreira de tiro tem sido utilizada de forma equilibrada e distribuída.Também o presidente do Clube de Tiro da Terceira avança que a utilização da carreira foi feita com autorização e cumprindo todas as regras de segurança. “Trata-se de uma das carreiras de tiro mais seguras do país, que vai atrair dezenas de atiradores para o campeonato regional, a 26 deste mês”, sublinha.
Diário Insular 17 de Maio de 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007

TURISMO é ALIADO DA PRESERVAçãO DO PATRIMóNIO EDIFICADO NOS AçORES

A Ordem dos Arquitectos promove exposição sobre arquitectura dita açoriana. A iniciativa não é inédita mas pretende “lembrar” características arquitectónicas locais, que tendem a desaparecer. Empreendimentos turísticos, nomeadamente em espaço rural, são o único garante da sua preservação.

A reconversão e adaptação de imóveis com objectivos turísticos é um excelente meio “um bom exemplo para a preservação arquitectónica dos Açores”. Isto mesmo salienta Kol de Carvalho, responsável pela delegação local da Ordem dos Arquitectos, que desde ontem promove, em colaboração com o Teatro Micaelense, a exposição “Arquitectura Popular dos Açores”. Conforme o arquitecto, esta via será a principal contribuinte para a manutenção da arquitectura vernácula local, mesmo se se trata de “uma preocupação muito recente e decorrente dos novos programas de apoio, da nova política da economia e do turismo regional. Mas mesmo assim é um bom exemplo e uma boa oportunidade de preservar casas e alguns empreendimentos, pelo que é bem-vindo, até porque a nossa arquitectura vernácula está em extinção”.

Esta ligação entre turismo e património edificado é tanto mais valorizada quando, Kol de Carvalho lembra que, no caso específico dos Açores, o património está em causa, não só pela exposição às calamidades naturais mas também, e como em todo o lado, “por todos nós, pois somos uma calamidade tão perigosa como um sismo ou um vulcão”.

Ausência de identidade

A exposição desde ontem patente no Teatro Micaelense tem como propósito o recordar de uma memória cada vez mais distante no tempo. Em concreto, trata-se de um conjunto de fotografias resultante de um levantamento feito entre 1982 e 1985 e posteriormente editado em livro, o qual ficou esgotado durante a década de noventa. Agora, considera a Ordem dos Arquitectos e o Governo Regional, ser oportuno fazer uma reedição do livro mas, conforme salienta Kol de Carvalho, sem qualquer actualização pois tal implicaria “eliminar elementos que entretanto desapareceram, pelo que consideramos não haver vantagem nisso”.

A arquitectura vernácula açoriana é, de resto, vista pelos especialistas como algo pouco fundamentado e, no seu todo, descaracterizada. De acordo com a arquitecta Rita Dourado, a quem cabe a explicação, por visitas guiadas, da exposição patente na sala Lagoa dos Nenúfares do Teatro Micaelense, “não existe propriamente uma arquitectura, uma casa açoriana porque cada uma das ilhas é diferente. Há sim um adaptar das tipologias que surgem no continente e não só, pois o tipo de colonização das ilhas atendeu às vindas do exterior, às características do território, aos hábitos dos diferentes colonos e mesmo a condicionantes atmosféricas. Por isso nunca houve nem nunca haverá uma casa tipicamente açoriana. O que pode haver é uma unidade pelos processos construtivos e adaptação ao território mas varia em todo o resto”, diz.

Mais longe vai o responsável pela Ordem dos Arquitectos nos Açores que não hesita em dizer que “a arquitectura vernácula acabou com o aparecimento dos engenheiros e arquitectos. Era uma arquitectura feita com o saber dos materiais da terra, de uma adaptação muito especial ao território de que hoje não poderemos falar”. Pelo mesmo padrão fala Rita Dourado, escusando-se a dizer que no futuro se poderá falar de vernáculo, no que respeita à arquitectura feita nos Açores: “hoje em dia as coisas têm tão pouca consistência e são tão efémeras pelo que não sei se se poderá falar disso”, confessa, mesmo se a par da preservação do património edificado, as prioridades passam muito por outras balizas como o ordenamento do território. Mesmo assim, a exposição “Arquitectura Popular dos Açores”é, na voz do seu principal responsável, “um alerta sobre o que fomos, o que estamos a fazer, o que vamos ser e o que irá ficar”.

Por Rui Leite Melo na edição de 09/05/07 do Açoriano Oriental

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Aos tirinhos

A carreira de tiro, situada na caldeira do Monte Brasil, continua a ser utilizada, quer pelos militares, quer pelo clube de tiro local. Nos dias que correm, e dado o uso que é feito daquela área, começa a engrossar o mal-estar. Não está em causa a segurança da carreira, até porque - dizem-nos - será das mais seguras do país. Basta olhar para a sua localização para se perceber que seja assim. Estará em causa, sim, é a compatibilidade ou não entre uma reserva florestal de recreio (uma parte do Monte sob jurisdição do Governo Regional) e uma carreira de tiro (a caldeira, sob jurisdição militar).O Monte Brasil, como todo o ex-libris de uma qualquer cidade, é dos tais locais imperdíveis de visitar, seja qual for a permanência do visitante entre nós. Não é difícil imaginar a reacção daqueles que nos procuram, precisamente porque lhes “venderam” os Açores como local pacato, pleno de sossego, com a Natureza mesmo ali à mão, sobe ao Monte Brasil, para, envolto em silêncio, olhar a cidade, varrer a costa de Este a Oeste e, de repente, desatam aos tiros.Qual a reacção previsível? O que irão contar da experiência? Que publicidade farão do facto?Falamos sempre dos outros! Mas, e nós, que usamos o Monte Brasil para passeios de comunhão com a natureza, descontracção, preparação física de acordo com os trilhos em que os próprios serviços do Governo Regional tanto cuidado têm posto, continuaremos a merecer festivais de tirinhos?Será que para a prática desportiva ou preparação bélica, não haverá outro local na ilha que reúna requisitos idênticos de segurança e de menos incómodo para os terceirenses e para quem nos visita? Ou é assim..., porque é assim?! Veremos na edição de amanhã o que pensa quem tem responsabilidade directa ou indirecta nesta matéria.
Diário Insular 16/05/2007

Whalewatching in the Azores - The independent

Published: 04 March 2006

Whale-watching has replaced hunting as a source of income on Pico, says Cathy PackeLajes, on the south coast of Pico, is a sleepy little village. The main street, which runs north to south, is rarely packed with shoppers, and the mother church, as the main religious building in each Azorean settlement is known, looks disproportionately large for the needs of what must be a small and dwindling population. But along the seafront are two reminders that this was once one of the most important places on the island.The concrete and marble structure at the end of the quay is the whaling monument; three interconnecting boat houses on Rua dos Baleeiros now house the whaling museum. Apart from the signs advertising whale-watching trips from the village, these are the only indications that Lajes was once the centre of an industry that flourished in the Azores, and mainly here on the island of Pico, for more than two centuries, until the late 1980s.Whaling was introduced to the Azores by whalers from the east coast of the United States, who arrived in the islands during the 18th century, driven further and further south by a decline in the numbers of sperm whale to be found closer to their own shores. They stopped in the Azores in search of supplies and human reinforcements, and a logistical support industry grew up around the harbour of Horta, on Faial. But the local fishermen quickly realised that there was money to be made in hunting large cetaceans and an Azorean whaling industry began to flourish, based on the islands of Flores, Faial and, particularly, Pico.The whale first had to be identified from the shore by keen-sighted whale-spotters who kept watch from huts, or "vigias", on the cliff-tops. Many of these structures can still be seen around the islands. These men would send up flares to alert the whalers that they needed to get ready to go to sea. The boats set out in pairs, and once boat and whale were alongside each other, the whalers harnessed them together by spearing the creature with an eight-foot harpoon, and then killing it with a lance which pierced its heart.After the whales had been brought ashore, they were cut open and taken to a nearby factory for processing. One of these was at São Roque do Pico, on the north coast of the island, which has now been turned into a Whaling Industry Museum. The tanks on display here were once used to melt the blubber - an unappetisingly smelly procedure - and to turn it into sperm oil, a valuable commodity which could be used in cosmetics, lubricants, paints, wax and many other products. This was the most useful part of the whale, but nothing was wasted. The meat was ground and the bones crushed to make animal feed and fertilisers and the liver was ground to produce an oil rich in vitamins A and D.The sight of the old ship on display in the island's other whaling museum, back in Lajes, highlights the dangers that the whalers were subjected to in order to bring these vast creatures ashore. It seems remarkably small, given the strength of the ocean and the size of the whales that it went out to pursue. Open boats like this one offered little protection from the either the weather or the whale itself, although they continued to be used in Pico longer than anywhere else.Whaling was finally abandoned around the islands some 20 years ago and the whalers were forced to look elsewhere for work. But whales continue to provide the Azores with some of their income. Whale-watching has become a popular activity, with trips available on a daily basis from several of the islands during the summer months. A three-hour trip from Lajes with Futurismo on Avenida Marginal (00 351 292 672 000) will cost €45 (£32). There is a full refund if no whales are sighted, although this rarely happens. The company sends whale-spotters to the old look-out posts on the cliff-tops, but these days when they see a whale they communicate direct with the boat by radio instead of sending up a flare. These trips take place from April to October, although the company also operates year-round trips from Ponta Delgada (00 351 296 628 522). Companies that operate from Horta include Norberto, based at Rua do Paiol 12 (00 351 292 293 891; www.norbertodiver.com).One aspect of the ancient whaling tradition still persists in the Azores. Scrimshaw is the art of engraving whales' teeth with intricate carvings. Its origins were prosaic. Cutting patterns into teeth pulled from captive whales kept bored whalers occupied while they were at sea. But much of the work that they produced has lasted, and there are displays in the gallery above Peter's Café Sport on the harbour at Horta on Faial and in the Whalers Museum at Lajes do Pico. The original technique was simple. Once a design - often a scene depicting the harpooning of the whale - had been scratched into the ivory it was rubbed with lamp-black to bring out the detail. The process eventually became mechanised and, now that whales are no longer hunted, the art of scrimshaw is gradually dying out. But there are still some scrimshaw artists at work, like John van Opstal, a Dutchman who has made the Azores his adopted home. He welcomes all visitors to his studio at Banda da Vila 17c, in Conceição, on the road that heads north just above Horta (00 351 292 392 720).The Whalers' Museum (Museu dos Baleeiros) at Rua dos Baleeiros 13, Lajes do Pico (00 351 292 672 276) opens 9am-12.30pm and 2-5.30pm Tuesday to Friday, 2-5.30pm at weekends. Entrance costs €1.25 (90p).The Whaling Industry Museum (Museu da Industria Baleeira) at Rua do Poço, São Roque (00 351 292 622 147) opens 9am-12.30pm and 2-5.30pm Tuesday to Friday, 9am-12.30pm at weekends. Entrance is free.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Dia dos Museus

SEXTA-FEIRA, NO MUSEU DE ANGRA DO HEROÍSMO
“Jogo do Assalto” e lutas liberais assinalam Dia Mundial dos Museus

O Museu de Angra do Heroísmo assinala, na próxima sexta-feira, o Dia Mundial dos Museus, com o lançamento, na Sala do Capítulo, do “Jogo do Assalto” e da publicação “Era uma vez as Lutas Liberais na ilha Terceira”.

De acordo com o serviço educativo do museu, trata-se de uma aposta no público mais jovem, sendo que, após o lançamento, os jovens que se encontrarem no Museu poderão usufruir do “Jogo do Assalto”, bem como do livro.As acções desenvolvidas para as escolas incluem, ainda, visitas “especiais” às reservas do museu, que decorrerão de 22 a 25 deste mês, sob o tema “Semana à Descoberta das Reservas do Museu”.

Também o Museu da Horta assinala a próxima sexta-feira com a abertura da exposição de fotografia “Pelo Sinal do Espírito Divino”, da autoria de José Guedes da Silva.Trata-se de um trabalho de recolha fotográfica do fenómeno cultural popular do Culto ao Divino Espírito Santo, realizado na freguesia da Vila Nova, entre 1995 e 1996.A exposição insere-se no âmbito do projecto em curso de consolidação de um arquivo de fotografia dos Açores e criação de uma plataforma de sustentação para um arquivo de imagem da Região.A exposição integral conta com um elevado número de fotografias pelo que, por razões de natureza prática, a mostra que estará patente no Museu da Horta, até dia 1 de Julho, conta somente com cinquenta fotografias.Natural do Porto mas residente em Angra do Heroísmo, José Guedes da Silva iniciou a sua carreira de fotógrafo em 1975, tendo já exposto em Lisboa, EUA e Canadá.

Fonte: Diário Insular 15/05/2007

Tiro certeiro

Está na Terceira uma equipa da “National Geographic Magazine” a fazer uma reportagem sobre Angra. Entre jornalistas e operadores de imagem, ainda as torres sineiras da Sé e da Misericórdia não tinham badalado as oito da manhã, já percorriam o molhe da marina, carregados de equipamento, e algaraviavam entre eles à procura do melhor ângulo e da melhor luminosidade da manhã soberba sobre a baía.Quarenta e oito horas - que se esgotam hoje - parece que é o tempo disponível para que a equipa, de pelo menos nove elementos, faça a reportagem sobre Angra com a qualidade indiscutível a que aquela editora nos tem habituado, ainda por cima com um duplo registo: de reportagem televisiva e de exposição fotográfica que correrá países como a Espanha, Reino Unido e Alemanha.Não sabemos exactamente de quem foi a ideia: se da National Geographic Magazine, se do país, se da Região. Não fazemos a mínima ideia se o trabalho vai ser financiado em todo, em parte, ou em coisa nenhuma pelos cofres nacionais ou açorianos. É das tais situações que pouco importa. Mesmo que seja pago integralmente por nós, vale a pena.Fala-se muito em promoção dos Açores, nos milhões que se gastam, nas taxas elevadas ou reduzidas de retorno. Não pouco ocasionalmente as acções são direccionadas para a publicidade pura na grande comunicação social internacional. É caro e de eficácia duvidosa, se atendermos a que as expectativas do nosso lado são colocadas a um nível muito alto de retorno. Conseguirmos entrar em circuitos de televisão ou de reportagem impressa com o prestígio da “National Geographic Magazine” convenhamos que constitui o tiro certeiro porque, se calhar, com custos muito inferiores (mesmo que fossem iguais!), conseguimos resultados incomparavelmente melhores e mais completos em termos de divulgação dos Açores.
Diário Insular 14/05/2007

domingo, 13 de maio de 2007

Cavaco Silva sugere «extremo cuidado» na gestão do Turismo

Os impactos associados ao crescimento do turismo implicam um «extremo cuidado» na forma como os governos lidam com esses investimentos, alertou Cavaco Silva no fecho da cimeira do WTTC, em Lisboa. Segundo a edição de domingo do jornal Público, o Presidente da República deixou um aviso: «Caso contrário, perdem os turistas frustrados nas suas expectativas e perdem os destinos, que vêem a sua oferta degradar-se.»
Fonte: Diário Digital 13.05.2007

quarta-feira, 9 de maio de 2007

A ART desenvolve Seminários de Formação em Animação Turística


A ART – Associação Regional de Turismo dos Açores desenvolve Seminários de Formação em Animação Turística que visam conceber um projecto de formação inicial na área da produção, programação e execução de actividades de animação turística, de modo a desenvolver competências e qualificar os formandos com conceitos teórico-metodológicos e com instrumentos operacionais que possam ser aplicáveis na Ilha Terceira.
Seminários:
Dia 11 de Maio - Planeamento e Gestão em Animação TurísticaDia 18 de Maio - Sistemas de Orientação e Navegação Cartográfica
Dia 25 de Maio - Planeamento e Gestão de Eventos e Incentivos - 15 HorasDias 29, 30 e 31 de Maio - Modelos de Animação Maritimo-Turística
Dia 8 de Junho - Comunicação e Dinâmica de Grupos Dia 15 de Junho - Modelos de Animação Turística: Desporto e NaturezaDias 18,19 e 20 de Junho - Gestão do Risco em Animação Turística
Informações e Inscrições:
Inscrições através da ART-Associação Regional de Turismo
Rua da Palha 32 - 9700 Angra do Heroísmo
Telefone 295 216 480
e-mail:
info@artazores.com
Site:
http://pt.artazores.com/index.php

Incentivos de 535 mil euros para investimentos turísticos nas Ilhas da Coesão

O Governo Regional aprovou a atribuição de incentivos de 535 mil euros a cinco empreendimentos privados do sector turístico, a executar em três das "Ilhas da Coesão" – Graciosa, S. Jorge e Santa Maria.

Os projectos em causa, que representam um investimento global de 1,2 milhões de euros, prevêem a criação de oito postos de trabalho.

Comparticipados pelo Subsistema para o Desenvolvimento do Turismo (SIDET), respeitam a empreendimentos nas áreas do alojamento, restauração e animação.

Fonte: GaCS

Discussão Pública do POTRAA

Informa-se que se iniciou o período de discussão pública sobre a proposta do Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA), disponível no site http://potraa.azores.gov.pt/, que vigora por 30 dias, com início a 16 de Abril de 2007.

As observações e/ou sugestões sobre a proposta apresentada devem ser formuladas por escrito e estar assinadas pelos respectivos autores, cujo nome e contacto devem constar de forma clara e legível, e devem ser dirigidas à Directora Regional de Turismo e entregues pelos seguintes meios:

Directamente na sede da Direcção Regional de Turismo
Por correio: Apartado 63, 9901-997 Horta
Por fax: 292 200 501/2
Por correio electrónico: potraa@azores.gov.pt

A Madrugada das Cagarras


Vimos por este meio transmitir, a todos os Guias, o convite feito pelo Paulo Henrique Silva para participar na apresentação do seu trabalho, A Madrugada das Cagarras -Instalação de som e imagem, recolha efectuada numa das maiores colónias da ilha, nos Altares, durante seis meses de 2006, que terá lugar no dia 11 de Maio, pelas 21H00, no Museu de Angra do Heroísmo.

No dia 12 de Maio, às 21hoo, decorrerá uma mesa redonda sobre a observação de cagarros na sede dos Montanheiros.

A Comissão Instaladora da Associação de Guias Intérpretes

TOURISM FOR PROSPERITY AND PEACE


"At the start of the new millennium, tourism is firmly established as the number one industry in many countries and the fastest-growing economic sector in terms of foreign exchange earnings and job creation.

International tourism is the world's largest export earner and an important factor in the balance of payments of most nations.

Tourism has become one of the world's most important sources of employment. It stimulates enormous investment in infrastructure, most of which also helps to improve the living conditions of local people. It provides governments with substantial tax revenues. Most new tourism jobs and business are created in developing countries, helping to equalize economic opportunities and keep rural residents from moving to overcrowded cities.

Intercultural awareness and personal friendships fostered through tourism are a powerful force for improving international understanding and contributing to peace among all the nations of the world.".

World Tourism Organization