sexta-feira, 1 de junho de 2007

DEFENDE SÉRGIO ÁVILA

Economia tem que ser “consistente e diversificada”
A economia açoriana tem que ser “consistente, diversificada, sustentável e com intensidade estrutural”, apesar das inúmeras condicionantes à competitividade, disseontem , em Angra do Heroísmo, o vice-presidente do Governo Regional.
Falando na sessão de abertura das Jornadas Ibero-Atlânticas de Estatísticas Regionais, a Sérgio Ávila elencou alguns desses constrangimentos que impedem, a par da opção governamental de investir no desenvolvimento de todas as ilhas e não apenas nas de maior dimensão de mercado (São Miguel e Terceira), que a economia dos Açores “tenha um desempenho ainda mais notório”.Entre esses sobre-custos, advindos da realidade arquipelágica da Região, destacou o mercado interno “reduzido e constituído por nove micro-mercados, distantes dos principais centros consumidores”, que dificulta o aproveitamento de economias de escala na produção económica.A dispersão demográfica e a movimentação de pessoas e produções a fazer-se obrigatoriamente por via marítima e aérea são outros factores que aumentam “as necessidades de investimento público numa rede complexa e onerosa de equipamentos e infra-estruturas económicas (estradas, portos e respectivos equipamentos, aeroportos e respectivas aerogares) ”, disse também o vice-presidente do Governo.Mesmo assim, salientou Sérgio Ávila, “segundo os últimos números do PIB regional divulgados pelo INE, os Açores foram a Região do País com a maior taxa de crescimento nominal (7%) a nível nacional no período de 2000 a 2003, tendo registado, nesse mesmo período, um crescimento real de 2,9%, quatro vezes superior à taxa de crescimento nacional, confirmando um processo acentuado de convergência da economia regional à média nacional, situando-se em 2004, no índice 88, já superior às regiões Centro e Norte”.O governante revelou, também, que nos dados preliminares de 2004 se verifica igualmente “um crescimento nominal superior à média nacional, permitindo indiciar mais um ano de dinamismo e de evolução positiva da economia regional”.Relativamente à produtividade, os Açores registam, em 2004, um índice de 104 ultrapassando a média nacional e, das 30 regiões NUTS III do País, só cinco delas têm uma produtividade superior ao arquipélago.“É neste nosso contexto que se realizam as Jornadas Ibero-Atlânticas de Estatística, cujo objectivo principal é a reflexão e o debate sobre a produção e difusão de estatísticas de âmbito regional, através da partilha e confronto de diferentes realidades e experiências, juntando à mesma mesa Institutos de Estatística de diversas regiões peninsulares e atlânticas, de Portugal e Espanha”, disse depois Sérgio Ávila, acrescentando que a informação “é importante não só pelo conhecimento que proporciona, mas também porque ela própria é um factor determinante da competitividade de uma região”.A comparação de metodologias e o debate sobre a importância crucial da estatística no mundo globalizado, mas, ao mesmo tempo, com regiões mais fortes na União Europeia a necessitarem de dados atempadamente, foram aspectos que Sérgio Ávila também destacou sobre a importância deste encontro.Informação a melhorarAcerca do Serviço Regional de Estatística, que tutela, o vice-presidente disse que os objectivos da instituição para este ano passam por melhorar a qualidade da informação estatística oficial, melhorar a eficiência dos processos associados à produção e difusão e potenciar o desenvolvimento dos recursos humanos.“Neste último ponto, saliento que a formação dos recursos humanos é um factor fundamental em qualquer organização e um desafio constantemente assumido pelo Governo Regional dos Açores”, pelo que, nos próximos seis anos, acrescentou o governante, “pretendemos formar nas mais diversas áreas mais de 14 mil jovens e cerca de 42 mil activos”, ao mesmo tempo que continua o esforço de “dotar a sociedade açoriana de tecnologias de informação e comunicação”. A terminar, Sérgio Ávila deixou aos participantes “o desafio de estabelecerem, enquanto entidades independentes, novas estratégias que tenham sempre em linha de conta que, além dos números, existem pessoas e é para elas que todos nós trabalhamos”. A UNIÃO 2007/06/01

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