sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Acçores são terceira região do País com maior taxa de penetração de tecnologias

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística.
Os Açores continuam na linha da frente no que toca à penetração de novas tecnologias, nomeadamente posse de computador, ligação à internet e banda larga. Os dados estão explícitos no último estudo efectuado pelo Instituto Nacional de Estatística referente à utilização de tecnologias de informação e comunicação pelos agregados familiares, realizado no final do ano passado.Em termos de posse de computador, 45,5% das famílias açorinas possuem computador nas suas residências, sendo a Região somente superada, neste índice, por Lisboa (52,8%) e pela Madeira (46,5%). Em relação à utilização da internet, o Arquipélago açoriano apresenta o segundo valor mais elevado do País, com 37,8%, atrás de Lisboa (40,7%), mas à frente da Madeira que obtém uma taxa de 37,1%. No que respeita à penetração de banda larga, os Açores figuram novamente na terceira posição com uma taxa de 27,5%, enquanto Lisboa obtém uma percentagem de 33,8%, seguindo-se a Madeira com 33,4%.Refira-se que, no todo nacional, 45,4% dos agregados familiares têm computador, 37,1% estão ligados à internet, 24% dos quais através de banda larga.Neste momento, estes valores deverão já apresentar algumas variações, em virtude deste estudo ter sido realizado em Novembro do ano passado, estando os dados a ser actualizados para que, no final do ano, sejam revelados os novos valores.
JornalDiario
2007-08-23 12:04:57

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

NA MATRIZ DE SÃO SEBASTIÃO Frescos estreiam metodologias de limpeza e conservação

NA MATRIZ DE SÃO SEBASTIÃO - Frescos estreiam metodologias de limpeza e conservação

Trata-se da única pintura a fresco existente nos Açores que está a colocar no terreno novas metodologias de limpeza e conservação do valioso património religioso.Os frescos da Igreja Matriz de São Sebastião estão a ser recuperados pela tutela da Cultura com a orientação do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
Humberta AugustoFotos: José Guedes da SilvaOs frescos quinhentistas da Igreja Matriz de São Sebastião estão a estrear metodologias de limpeza e conservação na Região.O facto de serem os únicos exemplares de pintura a fresco existente nos Açores tem feito com que os trabalhos da responsabilidade da Divisão do Património Móvel e Imaterial (DPMI) da Direcção Regional da Cultura (DRaC), contem com a orientação e supervisão do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).Para o efeito, têm estado destacadas, desde o início do ano, duas técnicas a tempo inteiro para a limpeza dos painéis de fresco que se encontram no interior do templo religioso.Para já, a intervenção vai sensivelmente a meio, estando prevista a conclusão de um dos dois grandes painéis de frescos para o final do ano, de acordo com a DPMI. Quanto à data para o término dos trabalhos ainda não há calendário temporal.Livro registafrescos e recuperaçãoUma vez tratar-se de uma importante intervenção para a tutela da Cultura, está prevista a publicação de um livro, em formato de álbum sobre os frescos da Igreja Matriz de São Sebastião.O lançamento da obra está agendado para o final do ano e nele vai constar não só o registo fotográfico dos frescos, como um estudo iconográfico feito pelo docente universitário Luís Afonso (ver caixa) que situa a execução destes frescos entre 1510 e 1530.O álbum com cerca de cem páginas vai conter ainda o registo de todo o processo e metodologia utilizada na limpeza e recuperação das pinturas a fresco.Relembramos que os frescos subsistentes na Igreja Matriz de São Sebastião ocupam grandes áreas das paredes das naves laterais: 2,55m de altura máxima, por 9,30m de largura na parede norte e 8m na parede sul. Encontram-se ainda dois pequenos fragmentos, um de cada lado no último terço das naves.Recuperações anterioresSegundo a DPMI, existem registos de danos efectuados nos frescos provavelmente já desde 1614, após o sismo, tendo sido cobertos por uma camada de argamassa e de cal. Ter-se-ão seguido caiações sucessivas, até que, por alturas de 1939-40, o então Pároco da igreja, Padre Joaquim Esteves, empreendeu várias intervenções de limpeza de cantarias e paredes e descobriu os frescos.A Igreja de São Sebastião foi classificada como imóvel de interesse público a 5 de Janeiro de 1951 e, nessa sequência, pôde beneficiar de obras de restauro por parte da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais. Essas obras tiveram início em Dezembro de 1954 e, nessa altura, os frescos ainda apresentavam grandes áreas cobertas de cal.Mais tarde, em 1958, o restauro dos frescos foi efectuado por uma empresa privada cujos trabalhos consistiram, essencialmente, na aplicação de argamassas à base de cimento, comuns na época, nas áreas de lacunas e nas margens dos frescos.São todas estas intervenções humanas que agora a equipa da DRaC está a mitigar com o objectivo de criar a melhor visibilidade aos frescos.Da biocida àlimpeza mecânicaAo longo destes últimos seis meses, que tiveram início no dia 8 de Janeiro, após a realização de obras de reparação das coberturas e da torre sineira da igreja, co-financiadas pela DRaC, têm sido várias as técnicas e metodologias usadas pela equipa. Desde o exame pormenorizado das superfícies pintadas e registo das informações iniciais, aos testes de limpeza mecânica e à própria limpeza mecânica, as etapas seguidas contemplaram ainda a identificação e aplicação de produtos para retirar fungos e algas que ao longo dos anos colonizaram as paredes da Igreja.Assim, foi usado o “biocida Preventol® R80”, em solução aquosa com diversas concentrações, tempos e modos de aplicação.O uso de bisturi foi, a título de exemplo, um dos utensílios usados pela equipa de técnicos.Depois de terminados os trabalhos, a DPMI aconselha que se reveja a iluminação dos frescos para que sejam destacados, além da criação de modalidades de interpretação e de vigilância e acompanhamento dos mesmos.Caixa 1Iconografia dos frescosDe acordo com o estudo do especialista Luís Afonso, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os frescos dividem-se em dois tipos distintos: cenas narrativas e figuras autónomas.Na parede sul, encontram-se cinco painéis com figuras autónomas, sem relação aparente entre si, separados por barras verticais de grotescos. Representam, seguindo a direcção da entrada para a cabeceira: São Martinho, Santa Bárbara, a Aparição de Cristo a Madalena (Noli me Tangere), Martírio de São Sebastião e Encontro na porta dourada.Na parede norte, subsistem ainda dois painéis completos com a representação de São Miguel vencendo o demónio e do Juízo final; um conjunto de painéis com cenas narrativas da Paixão – Entrada de Cristo em Jerusalém, Última Ceia, Agonia no Horto e Prisão de Cristo– e ainda outros três fragmentos, em que dois não têm temática perceptível e um terceiro em que se pode identificar o Martírio de uma Santa.ColunaO que é?Pintura a FrescoA técnica de pintura a fresco começou a ser usada em Itália a partir do Renascimento.O fresco é um método de pintura mural que requer uma argamassa ainda húmida, ou seja, fresca.Os pigmentos são usados sem ligante, apenas diluídos em água de cal.A argamassa é preparada com cal e areia do rio.A cal é hidróxido de cálcio e é preparada a partir de pedra de cal e água, e deve ser deixada a decantar para remover impurezas, num processo que leva normalmente dois anos.As cores, aplicadas sobre a argamassa fresca, penetram na superfície. Durante o processo de secagem da argamassa, a cal combina-se quimicamente com o dióxido de carbono do ar, adquirindo de novo o estado de cal apagada. É esta reacção química de carbonatação que fixa a cor.Como a argamassa de cal é muito alcalina, as cores utilizadas devem ser resistentes a esse meio. Os pigmentos mais utilizados são as terras, nomeadamente para os tons amarelos, vermelhos e castanhos; para os verdes, é usada a terra verde, o verde cobalto e o verde esmeralda; para os azuis, o lápis-lazúli, o azul cobalto e o azul esmalte; para os negros, o carvão vegetal, o negro marfim e o negro de manganês; para os brancos, a cal, o carbonato de cálcio e a barita.A metodologia usada na preparação da parede é a seguinte: sobre a parede (de pedra ou de tijolo) previamente molhada, é aplicada uma primeira camada, a trucella, que contém uma parte de cal e três partes de areia grossa. A espessura é de cerca de 1,5cm e é deixada a secar.A segunda camada, o arriccio, contém uma parte de cal para duas partes de areia fina. A sua espessura deve ser mais fina que a anterior.Sobre esta camada, é normalmente feito o desenho de todo o conjunto a pintar. Este desenho preparatório chama-se sinopia.A terceira camada, o intonaco, consiste em uma parte de cal para uma parte de areia fina. A sua espessura é de cerca de 0,5cm.É esta última camada que é aplicada diariamente sobre o arriccio só numa área que permita ser pintada num dia – daí o termo giornata – porque as cores têm de ser aplicadas na argamassa ainda fresca. A técnica usada na pintura mural da Igreja de São Sebastião segue a técnica acima descrita, mas, enquanto na parede norte é possível observar a sinopia em áreas de lacuna do intonaco, na parede sul não foram ainda quaisquer vestígios nas áreas em que o arriccio está a descoberto. A areia utilizada neste caso é provavelmente areia de terra ou de ribeira.
Jornal "A União" 20/08/2007

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Turismo: milhares de trabalhadores ilegais é intolerável

CTPO presidente da Confederação do Turismo Português, José Carlos Pinto Coelho, considerou hoje intolerável, a ser verdade, a existência de milhares de trabalhadores do sector em situação ilegal, num comentário a denúncias do Sindicato de Hotelaria do Norte. «Se existe algum problema, o mesmo tem de ser resolvido em conjunto (governo e sociedade civil) porque é uma situação que não é tolerável», disse José Carlos Pinto Coelho, que falava aos jornalistas após uma reunião com os promotores do sector, em Lisboa.
De acordo com dados hoje divulgados pelo Sindicato de Hotelaria do Norte, um em cada três trabalhadores do sector em empresas da região é clandestino.
«33 por cento dos 3.936 trabalhadores que participaram num levantamento realizado pelo Sindicato de Hotelaria do Norte e que incidiu sobre 320 empresas de restauração e bebidas da região são clandestinos», indicou a estrutura sindical.
Para o presidente da CTP, «situações deste género têm de ser regularizadas», já que se «tratam de precariedades que não ajudam ninguém. Nem o país, nem a concorrência».
«É difícil concorrer quando uns cumprem obrigações e outros não», disse.
O presidente da Confederação do Turismo foi questionado pelos jornalistas, após o Sindicato de Hotelaria do Norte ter hoje lançado uma campanha contra o trabalho ilegal no sector, aproveitando para revelar que um terço dos trabalhadores de restauração e bebidas no norte é clandestino.
Com base nos dados recolhidos, o Sindicato de Hotelaria do Norte avançou mesmo com uma estimativa: a nível nacional existirão cerca de 82.500 trabalhadores a exercer funções em estabelecimentos de restauração ou de bebidas, cujas empresas não procedem aos descontos legais para a segurança social e IRS.
Por esta razão, até Maio de 2008, a direcção do sindicato decidiu promover uma campanha «contra todas as formas de precariedade», em particular contra o trabalho ilegal e clandestino.
Diário Digital / Lusa
01-08-2007 19:19:27